Betelgeuse é uma estrela famosa por ser uma potencial supernova nas proximidades da galáxia. A estimativa do tempo até a explosão estava na casa dos milhares de anos, mas um novo estudo sobre a estrela mostra algo impressionante: a supernova parece não estar tão distante quanto imaginávamos e Betelgeuse pode explodir em breve.

Não é tão raro assim encontrar estrelas semelhantes a Betelgeuse no céu noturno. Por exemplo, existem outras estrelas tão conhecidas quanto ela, como Antares e Aldebaran, que pertencem a outras constelações. Todas essas estrelas são conhecidas como supergigantes vermelhas pelos astrônomos, o que representa uma fase na vida estelar em que elas já saíram da sequência principal e estão em direção ao fim de sua existência.
Na prática, todas as estrelas do universo, independentemente da quantidade da massa, passam em algum momento pela sequência principal. A fase da sequência principal de uma estrela é caracterizada pelo processo contínuo de fusão de átomos de hidrogênio em hélio. Betelgeuse já saiu desta fase e hoje dá prioridade a fusão de átomos mais pesados. Esse processo não dura para sempre e é aqui que os astrônomos acham que a explosão está eminente.
Como uma supergigante vermelha, ela é uma estrela que já alcançou proporções imensas, expandiu-se enormemente e ultrapassou vários milhões de quilômetros do seu tamanho original. Nesse estágio evolutivo, os astrônomos acreditam que a estrela está transformando o hélio em carbono, uma fase que pode durar muito tempo antes da explosão final.
Durante a fase de supergigante vermelha, a fusão nuclear já não passa mais a ter a força que tinha para impedir que a estrela imploda sob a sua própria gravidade, então ela começa contrair e aumentando eventualmente a pressão em camadas externas que ainda possuem hidrogênio e onde está boa parte do hélio. Isso causa uma rápida fusão nuclear e faz a estrela inchar muito e, o que antes estava sendo contraído, ela começa a perder densidade e infla.
Existe um estágio prolongado além dessa fase de fusão de hélio, onde ocorrem processos adicionais. Durante essa fase, a estrela continua a “queimar” carbono e oxigênio para produzir néon e magnésio, e posteriormente fundindo esses elementos para formar silício.
A grande questão é que os astrônomos acreditavam que esse ciclo pós-sequência principal era algo que iria durar 100 mil anos até finalizar, onde cada fase subsequente se torna cada vez mais curta até que a explosão acontece. A nova perspectiva leva em consideração que Betelgeuse está no fim da fase da fusão de carbono e, quando essa fase acaba, a estrela não deve suportar mais do que algumas décadas.
O novo estudo não afirma exatamente a quantidade de décadas, ou seja, podem ser apenas duas, mas também 50. Essa conclusão foi levada em consideração através dos períodos de pulsão da estrela, quando Betelgeuse aumenta e contrai em tempos semi-regulares. Os pesquisadores chegaram à conclusão, por meio das oscilações e comparando com outras observações de ciclos estelares, de que Betelgeuse está no fim do estágio de fusão do carbono em oxigênio, logo, é uma excelente candidata a próxima supernova galáctica.
O que vai acontecer quando ela explodir?
Na distância que Betelgeuse está, felizmente, não precisamos nos preocupar com os eventos de extinção em massa. Afinal, os astrônomos acreditam que temos uma zona segura de pelo menos 50 anos-luz em todas as direções na qual supernovas podem acontecer e não causar nenhum dano catastrófico.
Em suma, a explosão em supernova será um espetáculo impressionante para os observadores terrestres. Situada a apenas 650 anos-luz de distância da Terra, as camadas de gás e poeira resultantes brilharão intensamente no céu por várias semanas, rivalizando até com o brilho da Lua cheia.