Não faz muito tempo que Plutão e alguns cometas que visitavam ocasionalmente eram tudo o que sabíamos do Sistema Solar além de Netuno. Agora, as descobertas estão chegando tão rapidamente que o Dark Energy Survey (DES), descobriu recentemente 316 novos corpos celestes – 245 nunca antes vistos – enquanto procurava outras coisas.

Como o próprio nome sugere, o DES não é necessariamente feito para o nosso próprio Sistema Solar. Em vez disso, passou seis anos buscando supernovas em galáxias distantes, na esperança de obter alguma compreensão da natureza da energia escura, a força misteriosa que acelera a expansão do universo.
No entanto, a pesquisa é sensível até a 23ª magnitude e cobre 500 graus quadrados do céu – isso quer dizer que consegue ver objetos muito escuros. O estudante de pós-graduação da Universidade da Pensilvânia Pedro Bernardinelli percebeu que haveria centenas de objetos trans-netunianos (TNOs) capturados nas imagens e começou a identificá-los.
“O número de TNOs que você encontra depende de quanto do céu você olha e qual é a coisa mais fraca em brilho que você pode encontrar”, disse Bernardinell.
Para encontrar supernovas, o DES compara imagens das mesmas galáxias capturadas em momentos diferentes para ver quais mudaram o brilho. Ele precisa excluir a possibilidade de que alguma luz na imagem venha de algo muito mais próximo.
Projetos destinados a procurar TNOs, ou asteroides menores, porém mais próximos, separam as imagens com apenas algumas horas de diferença. Portanto, se algo se mover, sua órbita poderá ser estabelecida. Bernardinelli e seus supervisores precisavam desenvolver suas próprias técnicas para fazer isso em imagens tiradas por períodos mais longos, onde os TNOs se moveram. Eles usaram algoritmos com mais de 7 bilhões de pontos possíveis, que foram reduzidos a 400 candidatos, que foram seguidos para confirmação.
O estudo, publicado no The Astrophysical Journal, demonstrou um aumento de 10% no número de TNOs conhecidos. As distâncias dos objetos variam de 30 UAs de Netuno a 250 UAs – UA é uma sigla para Unidade Astronômica, equivalente a 150 milhões de quilômetros. Netuno tem uma órbita bastante circular, mas a maioria das descobertas de Bernardinelli está na parte mais próxima de um caminho muito mais alongado.
Todos esses TNOs extras fornecem um banco de dados ampliado que pode ser usado para procurar padrões causados pela influência gravitacional do possível planeta nove. Isso poderia nos ajudar a refinar nossa busca por um objeto muito maior, mas também mais distante do que aqueles encontrados pelo DES.
Traduzido e adaptado de IFLScience
Por Stephen Luntz