Estrelas

James Webb pode ter encontrado as primeiras “estrelas negras”

O Telescópio Espacial James Webb pode ter encontrado as primeiras estrelas negras em galáxias incrivelmente distantes no espaço.

Diferentemente das estrelas tradicionais, os astrônomos acreditam que essas “estrelas negras” possuam uma massa milhões de vezes maior. Mas não se deixe enganar pelo nome, pois eles também afirmam que essas estrelas brilham na casa do bilhão de vezes mais que o brilho do Sol. Essa luminosidade é o que permite sua visualização em distâncias incrivelmente grandes.

Impressão artística. Créditos: Reprodução.

Como uma estrela tradicional gera energia?

As estrelas “tradicionais” são formadas por um processo incrivelmente violento quando uma nuvem de gás se junta através da gravidade e os átomos vão sofrendo cada vez mais pressão até o ponto em que se inicia a fusão nuclear.

Durante sua vida, uma estrela como o Sol continua estável porque a gravidade tenta comprimir a matéria cada vez mais em direção ao centro e essa atração é compensada pela força de pressão exercida através da fusão nuclear, criando um cabo de guerra em todas as direções e formando a bola de plasma escaldante.

Esse processo de fusão de núcleos atômicos gera então a energia que recebemos na Terra na forma de luz e calor.

O que são as estrelas negras?

As estrela convencionais são formadas por matéria bariônica, ou seja, aquela que interage com radiação eletromagnética e conseguimos ver. As estrelas negras seriam feitas de matéria escura. Essa nova ideia foi proposta por físicos da Universidade Colgate e da Universidade do Texas e, basicamente, explicaria algumas galáxias estranhas encontradas pelo telescópio.

Algumas primeiras galáxias parecem ser mais desenvolvidas do que a idade aparente delas. A maioria dos físicos espera resolver esse paradoxo com mudanças relativamente pequenas nos modelos existentes do universo, mas alguns estão explorando opções diferentes.

Eles argumentam que essas “galáxias” são, na verdade, estrelas únicas alimentadas com matéria escura. Segundo os autores, as Estrelas Negras são tão grandes que, se uma delas substituísse o Sol, sua superfície ficaria além da órbita de Saturno.

Para gerar energia, as partículas de matéria escura se aniquilam, liberando energia suficiente para aquecer a superfície a quase 10.000 graus Celsius. Isso depositaria uma quantidade descomunal de calor em nuvens de hidrogênio primordiais em colapso, resultando em uma quantidade impressionante de luz.

No entanto, as estrelas são apenas teorizadas e deve ficar claro que não sabemos sequer a natureza que cerca a matéria escura.

A pesquisa foi publicada na revista Proceedings of the National Academies of Science.

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.