A descoberta de mundos além da nossa estrela já se tornou comum, mas algo inusitado parece ter sido achado: dois planetas podem ter a mesma órbita.
O telescópios já registraram cenários incríveis que os astrônomos chamam de discos protoplanetários. Nesses discos, encontrados sempre ao redor de estrelas muito jovens, sistemas planetários se formam e mundos novos surgem no universo. Esse tipo de local já foi registrado inúmeras vezes e o catálogo só cresce à medida que o tempo passa.
A maioria desses mundos são como os planetas do sistema solar, cada um em sua órbita estabelecida. Logo, mundos com órbitas mútuas são inusitados. Chamamos esses mundos que compartilham órbitas de “planetas troianos” ou, para exoplanetas, de exotrojans, em homenagem a populações de asteroides que compartilham a órbita de Júpiter de maneira semelhante a observação da vez.
A evidência inusitada foi encontrada no sistema PDS 70 localizado a 370 anos-luz de distância. Aqui, pela primeira vez, vimos imagens diretas não apenas de um, mas de dois exoplanetas em processo de formação. Eles são chamados PDS-70b e PDS-70c. Além disso, os astrônomos encontraram evidências de um disco de formação lunar em torno de um mundos potenciais.
Agora, observando mais detalhadamente, encontramos evidências de algo compartilhando a órbita do PDS-70b, aparentando ser uma bolha mais fraca que o exoplaneta em si. Os cálculos indicam que esse objeto pode ter duas vezes a massa da nossa lua. Embora essa bolha – certamente feita de gás – ainda não seja classificada como um planeta, os pesquisadores estão animados.
A grande questão é que o “objeto” parece estar um ponto orbital chamado Lagrange, onde a influência gravitacional da estrela e outro planeta se equilibram e “pode prender o material”, de acordo com o ESO. Se realmente for um planeta, isso quer dizer que estão compartilhando a mesma órbita e seguem uma trajetória juntos ao redor de PDS 70.
No entanto, esse parceiro orbital provavelmente somente seja uma espessa nuvem de poeira, mas a grande massa observada ainda é um mistério. Para confirmar a detecção, a equipe precisará esperar até depois de 2026. Afinal, temos que esperar para ver se há algum movimento significativo e juntos ao longo da órbita em torno da estrela.
Comunicado publicado no Observatório Europeu do Sul (ESO).