A missão Voyager foi incrivelmente importante para a exploração espacial, possibilitando uma nova era sobre como sondas espaciais podem durar no espaço. Infelizmente, muitos instrumentos já foram desligados para preservar energia, mas o que a sonda veria se a câmera fosse ligada hoje?
Não é exagero falar que as sondas Voyager 1 e 2 foram as sondas espaciais mais incríveis já lançadas no espaço. Afinal, muito além de missões interestelares, foram elas que conseguiram os vislumbres dos planetas e mundos que nunca antes tinham sido explorados de perto.
De qualquer forma, a durabilidade das sondas espaciais é algo que impressiona, mas como tudo nessa vida, nada é eterno e a NASA teve que fazer sacrifícios para que elas pudessem seguir funcionando. No momento, somente 4 dos principais instrumentos científicos da Voyager 1 estão operacionais, enquanto a Voyager 2 possui 5 deles ainda em funcionamento.
Depois de passarem pelos dois últimos mundos do sistema solar, elas avançaram em direção ao espaço interestelar. No entanto, antes que a NASA finalmente optasse por desativar o sistema de imagem, a câmera foi apontada em direção à Terra, a exatos 6 bilhões de quilômetros, e capturou a última foto que ficou conhecida como “Pálido Ponto Azul”. Essa foto por si só já foi muito difícil de registrar, já que a incidência da luz solar poderia ter fritado os equipamentos eletrônicos.
No final, as sondas continuaram sua jornada e manter as câmeras ligadas não tinha mais sentido, pois estavam se indo para a escuridão, sem a intenção de retornar. E embora estejam desativadas hoje, a NASA afirmou que ainda seria possível reativar as câmeras.
O que seria registrado se isso acontecesse?
Bom, a princípio, só escuridão, mas nem tanto quanto parece. O Sol pareceria a estrela mais brilhante do céu, alguns planetas seriam visíveis, mas só revelaria a solidão de estar tão distante do seu planeta natal.
Os responsáveis pela missão também optaram por remover o software que controlava as câmeras de ambas as espaçonaves. E, além do intuito de poupar energia e memória para os instrumentos essenciais, os computadores terrestres que processavam as imagens também sequer existem mais.
Mesmo que recriassem os computadores no solo, recarregassem o software na espaçonave e reativassem as câmeras, a escuridão onde as Voyagers estão atualmente dificultaria a obtenção de imagens úteis. Em outras palavras, a visão estaria repleta de ruído pela exposição ao espaço e o sistema de imageamento certamente estaria extremamente danificado.
Se pudéssemos usar a câmera da Voyager hoje, certamente a visão seria mais ou menos como essa registrada pela sonda New Horizons a 6 bilhões de quilômetros da Terra. Mas detalhe, a missão Voyager já está a uma distância pelo menos quatro vezes maior que a distância da New Horizons. Na imagem, podemos ver como só há escuridão e estrelas distantes.
Na distância que as sondas estão hoje, uma imagem levaria 44 horas para ser feita, já que para a sonda mais distante o tempo de comunicação unidirecional está em 22 horas, ou seja, o tempo em que somente o envio de um comando leva para chegar até lá.