Cerca de 70.000 anos atrás, quando a humanidade migrou para fora da África, uma estrela passou por nosso Sistema Solar. É conhecida como a estrela de Scholz e possui apenas 9% da massa de nosso próprio Sol, não é tão grande assim.
Então, em 2015 , quando os astrônomos descobriram que ela havia passado por nós, eles assumiram que isso não teria tido muito efeito sobre o nosso Sistema Solar.
Mas os pesquisadores agora mostraram que esse não é o caso – na verdade, ainda podemos ver o impacto da visita hoje. Um olhar mais atento sobre as posições dos objetos na Nuvem Oort levou a repensar essa conclusão – este incrível encontro com uma estrela passageira deixou, de fato, pequenas impressões gravitacionais nos extremos limites externos do nosso Sistema Solar.
Astrônomos da Universidade de Cambridge e da Universidade Complutense de Madri analisaram as posições de cerca de 340 objetos no Sistema Solar externo com órbitas amplas, e descobriram que várias dúzias deles não estavam exatamente onde esperavam.
“Em princípio, seria de se esperar que essas posições fossem distribuídas uniformemente no céu, particularmente se esses objetos viessem da nuvem de Oort”, disse Carlos de la Fuente Marcos, da Universidade Complutense de Madri.
Rebobinando o relógio, parece que uma anã vermelha chamada estrela de Scholz provavelmente é a causa da redistribuição sutil. Neste momento, o minúsculo objeto pouco brilhante está a cerca de 20 anos-luz de distância.
Mas apenas 70.000 anos atrás, ela estava se aproximando contra a borda externa do nosso Sistema Solar, em algo em torno de 0,8 anos-luz de nós. Traduzindo isso em termos que podemos facilmente imaginar, isso é igual a uma distância de 7,6 trilhões de quilômetros ou cerca de 50.000 UA (1 UA é a distância da Terra ao Sol).
Esses são números grandes, mas em termos galácticos foi uma intromissão desconfortável em nosso espaço pessoal. Para você ter uma ideia, o escudo exterior de material congelado do Sol, chamado Nuvem de Oort, chega a 100.000 UA.
Dentro de qualquer período de um milhão de anos, pode haver até 600 estrelas passando dentro de 16,3 anos-luz do nosso Sol. É possível até que nossos observadores de estrelas ancestrais tenham notado o brilho vermelho da estrela “invasora”. [ScienceAlert]
