Temos negligenciado um fator importante na busca por vida em outros mundos, nos concentramos em temperaturas e atmosfera sem considerar a importância dos campos magnéticos. Infelizmente, parece que campos magnéticos como os da Terra são muito raros, sugerindo que quase todos os planetas que já encontramos são desprovidos de vida.

Marte e Vênus começaram com muita água. Os cientistas agora estão convencidos de que a perda de seus campos magnéticos permitiu que a radiação solar quebrasse o vapor de água de suas atmosferas. O hidrogênio escapou, tornando-os os desertos que são hoje. Então, todos os exoplanetas que estamos encontrando dentro das “zonas habitáveis” das estrelas provavelmente são paraísos parecidos com a Terra ou buracos infernais como Vênus. Sarah McIntyre, estudante de doutorado da Universidade Nacional Australiana, modelou a chance de ter campos magnéticos fortes o suficiente para torná-los lugares que você gostaria de visitar.
Infelizmente, a notícia é ruim para nossos amigos galácticos. McIntyre relata que entre uma amostra de 496 planetas encontrados em torno de outras estrelas, apenas um tem mesmo a possibilidade de ter um campo magnético mais forte do que a da Terra. A maioria não possui nenhum, ou campos muito fracos para manter as condições à vida.
Não podemos medir diretamente os campos magnéticos de mundos além do Sistema Solar, mas acredita-se que uma fórmula baseada em fatores como o raio de um planeta, o tamanho e a densidade de seu núcleo líquido externo e constantes universais conhecidas indique a força do campo.
O Telescópio Espacial Kepler nos deu boas indicações dos raios dos planetas que encontrou. McIntyre disse que as principais características relevantes podem ser derivadas disso, juntamente com a massa planetária e a taxa de rotação. Acredita-se que mais de 99% dos planetas da amostra de McIntyre estejam de um lado sempre enfrentando sua estrela, como a Lua faz com a Terra, de modo que o período de rotação coincide com o tempo que levam à órbita de translação.
Para colocar o último prego no caixão das chances desses mundos de hospedarem a vida, a maioria deles orbitam estrelas tipo M (anãs vermelhas), que são propensas a explosões espetaculares de radiação que significa que deviam existir campos ainda mais fortes do que o do nosso próprio planeta para proteger qualquer água preciosa.
Tudo isso pode ajudar a explicar a ausência de visitantes extraterrestres e também serve como um lembrete de que nossa casa é preciosa. [IFLS]