Uma história incrível varreu o mundo do jornalismo científico e tecnológico na última terça-feira, quando o programa espacial da China informou que seu módulo lunar havia gerado uma muda de algodão dentro de um recipiente selado – a primeira planta da história a ser cultivada em outro astro.
A plantinha nasceu a bordo do módulo Chang’e-4, na superfície lunar. O Chang’e-4, nome em homenagem à deusa chinesa da Lua, conseguiu o primeiro pouso suave no outro lado do nosso satélite em 2 de janeiro de 2019. Ele já retribuiu algumas imagens incríveis dessa paisagem relativamente inexplorada.

A plantinha que brotou na Lua.
A semente da planta de algodão germinou dentro de uma vasilha hermética a bordo da sonda. O recipiente também contém ar, solo e água, além de sementes para flores de colza, batata e Arabidopsis. Ele ainda detém uma amostra de levedura e ovos de mosca-da-fruta.
Mas todo esse efeito, apesar de ser extraordinário, foi perdido – porque a planta já está morta. De acordo com Xie Gengxin, o principal cientista por trás do experimento da planta lunar, os brotos de algodão não sobreviveriam a noite lunar, que cairá para uma temperatura de -170 °C. Afinal, estamos nos aproximando da Lua cheia, e quando estamos nessa fase aqui, o outro da lado fica escuro.
Xie também esclareceu que outras sementes no recipiente de cultivo, incluindo alimentos como batatas e um parente do repolho, não haviam brotado. “Agora que a experiência terminou”, ele disse. A matéria orgânica se decomporá em seu recipiente. [ScienceAlert]
Divulgador científico há pelo menos 6 anos, dedica seu tempo a tornar a astronomia mais popular entre o público leigo, constantemente traduzindo, escrevendo e adaptando matérias com abordagem didática para o projeto Mistérios do Espaço. É natural da cidade de Conceição do Coité e está graduando em Comunicação Social, pela Universidade do Estado da Bahia.