As galáxias são muitas vezes vistas como ilhas de estrelas no vasto universo vazio, mas durante sua longa vida, elas realmente interagem e se fundem. E essas interações são fundamentais para entender como as galáxias evoluem.
Um exemplo extremamente bom de uma fusão de galáxias é o NGC 5256, um sistema de interação localizado a 350 milhões de anos-luz da Terra. A maioria das formas originais das galáxias desapareceram, com os dois núcleos galácticos agora a apenas 13 mil anos-luz de distância.

NGC 5256 na nova imagem do Hubble.
Hubble pegou essas duas galáxias no momento mais aquecido da colisão, que também é o momento mais interessante para estudar esses objetos. NGC 5256 está passando por formação de estrelas devido às intensas forças gravitacionais que reduzem e comprimem o gás em novas estrelas.
O gás que se deslocava também estava alimentando os buracos negros supermassivos no núcleo de cada uma das duas galáxias. Estes são agora classificados como núcleos galácticos ativos. O gás, que se acumulou em torno do disco de acréscimo do buraco negro sob extrema gravidade, está emitindo poderosos raios-X que já foram detectados pelo Chandra, um observatório de raios-X da NASA.

NGC 5256 observado pelo Hubble em 2008.
A imagem também é uma característica fantástica de quanto o Hubble melhorou na última década. A primeira imagem do NGC 5256 pelo telescópio espacial foi tirada em 2008 com outras 58 galáxias fundidas para celebrar o 18º aniversário do Hubble. Apenas um ano depois, o Hubble recebeu uma atualização importante com a instalação da Wide-Field Camera 3, que expandiu significativamente as capacidades do telescópio. Agora pode ver mais longe nos comprimentos de onda infravermelhos, daí a aparência destacada dos tendões de gás jogados pela galáxia.
O sucessor do Hubble, o Telescópio Espacial James Webb, estará ainda melhor equipado para observar o gás das galáxias. Seu olho mais apurado também conseguirá tirar imagens detalhadas de fusões ainda mais distantes. [IFLS]
Divulgador científico há pelo menos 6 anos, dedica seu tempo a tornar a astronomia mais popular entre o público leigo, constantemente traduzindo, escrevendo e adaptando matérias com abordagem didática para o projeto Mistérios do Espaço. É natural da cidade de Conceição do Coité e está graduando em Comunicação Social, pela Universidade do Estado da Bahia.