Os antigos acreditavam que a Terra estava cercada por esferas celestiais, que produziam uma música divina quando se moviam. Vivíamos, por assim dizer, num enorme instrumento musical.
Isso pode soar tolo, mas a ciência moderna nos provou que isso está certo em uma certa medida. Os satélites que gravam ondas sonoras que ressoam da magnetosfera da Terra – a bolha magnética que nos protege da radiação espacial – mostram que estamos realmente vivendo dentro de um enorme instrumento musical magnético.
(O som do campo magnético pode ser ouvido nos primeiros segundos do vídeo)
Bem, você já deve ter se perguntado como o satélites conseguiram gravar o som, sendo que no espaço não existe atmosfera. Obviamente, essas ondas não são exatamente o mesmo tipo de ondas sonoras que temos na Terra. O espaço é preenchido com plasma em vez de gás normal: um estado diferente de matéria feita de partículas carregadas.
Interações podem dar origem ao plasma equivalente de ondas sonoras: ondas magnetosônicas. Estas também são ondas de pressão, mas com algum magnetismo acrescentado.
Uma das diferenças entre o instrumento magnético da Terra e os que estamos mais acostumados é como ele muda com o tempo. A magnetosfera está quase sempre mudando – cresce e se encolhe em resposta direta ao vento solar. Podemos até imaginar que isso deve mudar as “notas” da magnetosfera, justamente como um instrumento musical funciona.
O problema é que você não pode simplesmente ouvir como as notas mudam, porque muitas vezes não é possível ter certeza o que desencadeou as ondas detectadas, simplesmente porque não temos satélites colocados em todos os pontos ao longo deste “Instrumento”.
E claro, não podemos realmente ouvir essas ondas magnetosônicas no espaço – os níveis estão muito abaixo do alcance da audição humana. Mas os satélites podem capturar o som e podemos então amplificá-los para torná-los audíveis. [ScienceAlert]