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Robô chinês envia sua primeira imagem do lado oculto da Lua

No dia 2 de janeiro, às 21h22 (horário local), uma sonda chinesa fez o que nenhum humano ou máquina jamais fez e pousou no outro lado da Lua. No ato histórico e grande salto para o programa espacial da China, o módulo de pouso Chang’e-4 fez um pouso suave na Cratera Von Kármán, no hemisfério sul do lado oculto do nosso satélite. Logo depois, a sonda, batizada em homenagem à deusa da lua chinesa Chang’e, enviou a primeira imagem espetacular.

Além de ser um importante marco para a exploração espacial, a sonda também passará os próximos meses usando seus instrumentos para analisar a superfície intocada, potencialmente ajudando os cientistas a aprender mais sobre a estrutura e a geologia do nosso satélite natural.

A cratera que Chang’e-4 vai se aventurar foi escolhida porque é uma das “maiores crateras de impacto no Sistema Solar, mais profunda e mais antiga bacia da Lua”, disse Andrew Coates, professor de física na Universidade Espacial Mullard, da UCL. A ideia é investigar o manto rocha desenterrado durante o impacto.

A sonda também está carregando equipamentos para experimentos biológicos, que tentarão cultivar flores e batatas. O equipamento irá desviar a luz natural da superfície da Lua para as mudas, provocando a fotossíntese. A esperança é que as plantas cresçam e emitam oxigênio, alimentando os bichos-da-seda também a bordo da sonda, que por sua vez exalará dióxido de carbono, fornecendo resíduos para alimentar as plantas.

Vista de cima do lado oculto capturado pela NASA em momentos anteriores.

Um grande desafio será as temperaturas extremas e flutuantes da superfície. Quando o Sol brilha na superfície, as temperaturas podem chegar a mais de 100 °C e despencam abaixo de -100 °C sem o Sol, tornando a vida no satélite extremamente difícil.

“Nosso experimento pode ajudar a acumular conhecimento para construir uma base lunar e uma residência de longo prazo na Lua”, disse Liu Hanlong, diretor-chefe do experimento e vice-presidente da Universidade de Chongqing. [IFLS]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.