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Região Amazônica está pegando fogo e é possível ver do espaço

De acordo com os dados obtidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que relata um número recorde de incêndios florestais – mais de 72.000 – entre janeiro e agosto de 2019, mais de 9.500 desses incêndios têm ocorrido na última semana. Enquanto isso, pessoas na região sudeste do país, sofreram apagões da luz solar devido a ventos fortes e o excesso de fumaça, que escureceu os céus antes do pôr do sol, às 15h.

O satélite Sumoi NPP da NASA e do NOAA, registram o rio de fumaça cruzando o Brasil. (Créditos: NASA/NOAA)

Além do mais, este ano está sendo marcado por incêndios destrutivos em todo o mundo, da Sibéria à Groenlândia, onde 9.000 pessoas tiveram que ser evacuadas. Evidentemente, isso desencadeou debates em torno das mudanças climáticas causadas pelo homem e – especificamente – o clima anormalmente quente em muitas partes do mundo.

O satélite NOAA-20 registram a nuvem de fumaça. (Créditos: NOAA)

No entanto, os incêndios florestais aqui no Brasil levantam outra questão: A rápida taxa de desmatamento ocorrendo sob a liderança do presidente Jair Bolsonaro, que assumiu o cargo em janeiro de 2019. Nos últimos oito meses, Bolsonaro cumpriu as promessas eleitorais de “aliviar” leis ambientais e abrir as terras indígenas à mineração e à agricultura.

Imagem do satélite Sentinel-2 registra foco de incêndio na região amazônica. (Créditos: ESA)

Não é novidade que as taxas de desmatamento dispararam como resultado. No mês passado, elas foram 278% mais altas do que em julho de 2018. Mas a resposta de Bolsonaro a incêndios florestais do Brasil parece ignorar em grande parte este fato: “Eu costumava ser chamado de “Capitão Motosserra”. Agora eu sou Nero”, disse ele. “É período de queimadas na região”, concluiu.

Na região amazônica, os incêndios são raros na maior parte do ano porque o clima úmido impede que eles comecem e se espalhem. No entanto, em julho e agosto, a atividade normalmente aumenta devido à chegada da estação seca. Muitas pessoas usam o fogo para manter terras cultiváveis ​​e pastagens ou para limpar a terra para outros fins. Normalmente, o pico de atividade no início de setembro e principalmente pára até novembro.

(Créditos: Satélite Aqua)

Porém, quando falamos de um período de tempo maior, observações por satélite indicaram que a atividade total de incêndios na bacia amazônica estava um pouco abaixo da média em comparação com os últimos 15 anos. Embora a atividade tenha sido acima da média no Amazonas e, em menor escala, em Rondônia, ela tem sido abaixo da média em Mato Grosso e Pará, de acordo com o Banco Mundial de Emissões de Incêndio. [NASA/IFLS]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.