De acordo com observações, 70% das estrelas maciças têm um companheiro próximo, mas na Nebulosa Ômega – uma região formadora de estrelas a 5.000 anos-luz de distância – essa porcentagem cai para 10%. A pesquisa foi publicada no Astronomy & Astrophysics.
Esta é a primeira vez que uma região de formação de estrelas jovens foi estudada na presença de sistemas binários. As nuvens onde as estrelas se formam são densas com gás e poeira, dificultando a observação das estrelas recém-nascidas.
A equipe usou o espectrógrafo X-shooter que faz parte do conjunto de instrumentos do Conjunto de Telescópios (VLT, na sigla em inglês) para realizar a observação.

Se as estrelas estivessem em binário próximo, sua luz mudaria ligeiramente. Os binários se movem um ao lado do outro, então algumas das estrelas parecem se afastar de nós, enquanto outras se movem em direção a nós, com uma faixa de velocidades de até centenas de quilômetros por segundo. Na Nebulosa Ômega, também conhecida como M17, a faixa de velocidade é apenas cerca de cinco quilômetros por segundo.
Esta descoberta sugere que estas estrelas se formaram sozinhas ou têm um companheiro muito distante, o que implica que um mecanismo pode estar em jogo para a forma como as estrelas maciças – que pesam entre 10 e 100 vezes a massa do Sol – acabam principalmente em pares de estelares próximos.
“Se a M17 não tiver binários estreitos, esses sistemas devem aparecer mais tarde na evolução estrelar.“, disse o autor principal, Dr. Hugues Sana, em um comunicado. “Talvez eles sejam binários amplos, que migram mais tarde um para o outro.”
O estudo da Nebulosa Ômega apenas começou. Das dezenas de estrelas escondidas na M17, os pesquisadores estudaram 10, então há muito mais para descobrir.
Estrelas maciças desempenham um papel importante na nossa compreensão da formação de estrelas: são cruciais em modelos de evolução de galáxias, e também são importantes quando se trata de ondas gravitacionais. [IFLS].