Os observatórios LIGO (Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser) e Virgo anunciaram uma nova detecção de ondas gravitacionais, que foi observada em 4 de janeiro de 2017, por dois detectores de interferência gravitacional.
O evento foi uma fusão de buracos negros que criou um único buraco negro de massa 49 vezes maior do que o nosso Sol. O evento também é o mais longe já detectado, localizado a cerca de 3 bilhões de anos-luz de distância. Um dos dois buracos negros da colisão possuia 31 vezes a massa do Sol e outro possuia cerca de 19 vezes a nossa estrela.
Como nos dois casos anteriores, que foram observados em setembro de 2015 e dezembro de 2015, este foi um evento incrivelmente enérgico. Em uma fração de segundo, o equivalente de energia de duas massas solares foi liberado. Isso é mais do que toda a luz de todas as estrelas de todas as galáxias no universo visível emitem a cada segundo.
O evento, conhecido como GW170104, também permitiu que os pesquisadores compreendessem mais sobre a configuração orbital do sistema antes de se fundir. Os buracos negros rodam em seus eixos (dizemos que eles têm uma rotação) e eles também rodam um no outro enquanto seguem para a inevitável colisão. A direção de pelo menos uma das rotações pareceu ser inclinada em relação ao plano orbital e, ao não estar alinhado, pode ter consequências sobre a forma como estes sistemas se formaram.
“Ao medir o giro dos buracos negros, procuramos obter informações sobre como eles estavam girando um ao outro – ou seja, sobre como eles se formaram”, disse a professora Sheila Rowan, que faz parte da LIGO.
Esta observação marca a primeira vez que temos provas de que as rotações dos buracos negros podem não estar alinhadas, mas certamente vão continuar a avançar nossa compreensão da física teórica e da astronomia. [IFLS]