Cientistas da LIGO Scientific Collaboration e Virgo anunciaram em uma conferência de imprensa a detecção de ondas gravitacionais da fusão de buracos negros pela quarta vez. No entanto, desta vez foram vistas por três observatórios. Os dois buracos negros que se fundiram estão localizados a 1,7 bilhão de anos-luz de distância, com uma massa de 30,5 e 25,3 vezes a massa do Sol.
“Isto é apenas o início das observações com a rede ativada pelo Virgo e LIGO trabalhando em conjunto”, diz David Shoemaker, do MIT. “Com a próxima corrida de observação prevista para o outono de 2018, podemos esperar tais detecções semanalmente ou mesmo mais frequentemente”, concluiu.
O uso de três detectores também permitiu que os astrônomos restringissem significativamente a área no céu, de onde esses objetos podem ser originados. No entanto, uma vez que não emitem luz, nada óptico foi observado com os telescópios.
A fusão foi detectada em 14 de agosto e marca a primeira vez que três observadores de ondas gravitacionais detectaram o mesmo evento. As três detecções anteriores de ondas gravitacionais só foram observadas pelos dois detectores LIGO, um localizado nos estados americanos de Washington e o outro na Louisiana. O detector VIRGO vem recebendo uma atualização importante, e só juntou aos outros dois em 1º de agosto, apenas a tempo de detectar essa colisão cósmica.
O evento, conhecido como GW170814, é um importante contribuinte para a ciência das ondas gravitacionais. Com cada colisão de buracos negros que detectamos, expandimos nossa compreensão desses objetos complexos. As ondas gravitacionais fornecem a única observação direta dos buracos negros e permitem aos pesquisadores testar suas teorias, incluindo um novo teste para a relatividade geral. As observações permitem aos físicos testar a polarização das ondas gravitacionais, que revelam como as mudanças no espaço-tempo ocorrem à medida que essas ondas viajam através do universo.
LIGO e VIRGO são detectores de interferômetro a laser, e cada instalação é em forma de L com lasers enviados para umas espécies de túneis para refletir nos espelhos e voltarem para o detector para ser comparado com a emissão original. Se uma onda gravitacional passar, mudará a aparência do feixe reconstruído.
Os detectores serão agora atualizados no próximo ano na esperança de melhorar a sensibilidade dos instrumentos. [IFLS]
Divulgador científico há pelo menos 6 anos, dedica seu tempo a tornar a astronomia mais popular entre o público leigo, constantemente traduzindo, escrevendo e adaptando matérias com abordagem didática para o projeto Mistérios do Espaço. É natural da cidade de Conceição do Coité e está graduando em Comunicação Social, pela Universidade do Estado da Bahia.