Estrelas

O Sol pode acabar com nossa tecnologia a qualquer minuto

Apesar de estar entrando em uma fase mais calma, o Sol está lançando erupções violentas capazes de limpar a tecnologia que somos tão dependentes, e uma nova pesquisa descobriu que essas explosões são ainda mais difíceis de prever do que os cientistas pensavam.

“Até agora, é sabido que as ejeções de massa coronal movem-se como bolhas através do espaço”, disse Mathew Owens, da Universidade de Reading. “Nós descobrimos que as formas delas são mais como uma nuvem de poeira expansiva ou “espirros”, constituídos por plasma”, concluiu ele.

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Ao acelerar através do Sistema Solar até 2000 km/s, as ejeções de massa coronal são explosões poderosas de fluxo magnético e gás carregado que entra em erupção de pontos ativos na superfície do Sol.

Elas atingem a Terra de um a três dias e podem ocorrer a cada poucas horas quando a atividade solar está em seu pico. As ejeções são uma força impressionante do clima espacial extremo, provocando tempestades geomagnéticas que podem fritar redes elétricas, redes de comunicação e expor os astronautas a radiações causadoras de câncer.

Se isso não é bastante assustador, um estudo anterior da mesma equipe prevê que uma queda de meio século na atividade magnética do Sol tornará a Terra ainda mais vulnerável a esses eventos violentos.

Com isso em mente, precisamos nos preparar para sobreviver à isso – em termos de tecnolgia. Mas, mesmo que as ejeções de massa coronal aconteçam com tanta frequência, os cientistas ainda lutam para prever quando essas erupções supersônicas chegarão a atmosfera da Terra.

E de acordo com as novas descobertas, parece que tínhamos entendido tudo errado quando se trata de compreender como essas coisas funcionam.

Ao rastrear as ejeções de massa coronal, os cientistas observaram que elas assumem uma estrutura organizada, semelhante a uma bolha. Mas depois de examinar mais de perto como elas se movem pelo espaço, os pesquisadores descobriram que as ejeções de massa coronal se expandem e se tornam mais caóticas à medida que se aproximam da Terra.

Pela primeira vez, a equipe examinou detalhadamente como as ejeções de massa coronal viajam pelo espaço e interagem com o vento solar. Examinando uma seção de uma dessas erupções solares, os pesquisadores descobriram que parcelas de plasma se expandem mais rapidamente do que a velocidade das informações dentro da estrutura.

Isso indica que apenas uma parte da ejeção da massa coronal é afetada pelas forças exteriores com as quais está interagindo, e não com o todo.

O enfraquecimento dessas forças magnéticas em expansão resulta em uma estrutura desorganizada em uma nuvem semelhante a um espirro. Além disso, essas erupções estão mais intimamente ligadas ao vento solar do que se pensava anteriormente, tornando-os ainda mais difíceis de rastrear antes que aconteçam.

“Isso significa que tentar prever a forma e o movimento das ejeções de massa coronal ao passar pelo vento solar torna-se extremamente difícil”, disse Owens . “Portanto, se queremos nos proteger das erupções solares, precisamos entender mais sobre o vento solar”, concluiu ele.

Agora que temos uma ideia mais clara de como as ejeções de massa coronal funcionam, esperemos que possamos encontrar uma maneira melhor de prever quando o Sol está prestes a “espirrar” em toda a Terra. [ScienceAlert]

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Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.