Planetas

NASA publica imagens de mais alta resolução já registradas da atmosfera do Sol

A coroa solar, a parte mais externa do Sol, só é visível a olho nu durante um eclipse solar total. Devido a isso, os astrônomos ao longo das décadas tiveram que ser criativos para estudá-la. A última invenção é um telescópio suborbital que foi transportado para o espaço em um foguete por um tempo de voo de meros 10 minutos. Nesse breve período de tempo, conseguiu capturar as imagens de mais alta resolução da atmosfera solar.

O telescópio, chamado High-Resolution Coronal Imager (Hi-C), tem a capacidade de ver detalhes tão pequenos quanto 70 quilômetros de tamanho no Sol. A equipe se concentrou nos fios magnetizados de plasma que povoam a coroa.

A coroa solar vista de perto (Créditos: NASA/UCLan/Hi-C)

“Até agora, os astrônomos solares estavam efetivamente vendo nossa estrela mais próxima em ‘definição padrão’, enquanto a qualidade excepcional dos dados fornecidos pelo telescópio Hi-C nos permite pesquisar um trecho do Sol em ‘ultra-alta definição'”, disse Robert Walsh, líder institucional da equipe Hi-C e professor da Universidade de Lancashire Central, em comunicado.

Este foi o terceiro lançamento do Hi-C, com mais planejados para o futuro. A equipe também irá sobrepor suas observações ao Parker Solar Probe da NASA e ao Solar Orbiter da ESA – missões destinadas a estudar a estrela e sua atmosfera.

A Terra é mostrada para fins de comparação de tamanho. (Créditos: NASA/UCLan/Hi-C)

“Essas novas imagens nos dão uma visão notável da atmosfera do sol. Juntamente com missões em andamento, esta frota de instrumentos espaciais no futuro próximo revelará a camada externa dinâmica do Sol sob uma luz completamente nova”, explicou a Dra. Amy Winebarger, investigadora principal do Hi-C na NASA MSFC.

Os cientistas ainda precisam entender completamente como a coroa ficou tão quente. A coroa tem uma temperatura de milhões de graus, o que é intrigante, pois a superfície do Sol está em torno de 5.500 °C. O Hi-C e as outras missões solares esperam que coletem dados suficientes para resolver esse mistério de uma vez por todas. [IFLS]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.