Aqui no Sistema Solar, a busca por vida extraterrestre está focada em micróbios. Mas nos últimos anos, projetos como Kepler e HARPS fizeram algo incrível, explodindo nossa consciência e conhecimento de planetas além do Sistema Solar.
Até hoje, 3.779 planetas foram confirmados a partir de uma variedade de observatórios. E com esse catálogo vem um renovado fervor por responder a pergunta: algum outro planeta lá fora no Universo conseguiu dar origem à vida?
Com uma nova geração de instrumentos preparados para um novo boom de descobertas – incluindo o Telescópio Espacial James Webb, a sonda TESS e os satélites CHEOPS e PLATO da Agência Espacial Europeia – a busca está esquentando, não apenas para a vida, mas para a vida inteligente que pode ter entrado no estágio de uma civilização avançada.
Este será o foco dos novos esforços da NASA. Em particular, eles estarão procurando por algo chamado ‘tecnosignatures’ – sinais que poderiam ser inferidos como evidência de uma civilização avançada. A Terra, por exemplo, está lançando technosignatures o tempo todo, mais obviamente na forma de ondas de rádio.
As assinaturas de tecnologias também podem consistir em emissões de laser, luz artificial e calor de um exoplaneta, ou substâncias químicas na atmosfera que poderiam ser poluentes – todos estes são exemplos de assinaturas podem indicar uma civilização avançada.
Como parte desse esforço, a NASA estará realizando um evento em Houston entre 26 e 28 de setembro de 2018, com o objetivo de avaliar o estado atual do campo, as vias mais promissoras de pesquisa em tecnologias e onde os investimentos poderiam ser feitos.
Existem organizações que procuram inteligência alienígena, incluindo o Instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), fundado pelos astrônomos Carl Sagan e Jill Tarter, e o Breakthrough Initiatives, fundado pelo físico Yuri Milner com o apoio de Stephen Hawking.
Mas agora a busca é mais promissora do que nunca, e as recentes observações e descobertas só acrescentaram combustível ao fogo da curiosidade.
“A descoberta de Kepler em 2015 das flutuações irregulares no brilho no que veio a ser conhecido como Estrela de Tabby levou à especulação de uma megaestrutura alienígena, embora os cientistas tenham concluído que uma nuvem de poeira é a causa provável das variações”, escreveu a NASA.
Nós não sabemos se há outra vida lá fora. Tudo o que sabemos com certeza é que existe uma chance de ocorrer. Achar é como procurar uma agulha muito pequena num palheiro muito grande. Agora é esperar quais as novidades a NASA apresentará para o campo e torcer para que uma grande questão da ciência seja respondida finalmente. [ScienceAlert]
Divulgador científico há pelo menos 6 anos, dedica seu tempo a tornar a astronomia mais popular entre o público leigo, constantemente traduzindo, escrevendo e adaptando matérias com abordagem didática para o projeto Mistérios do Espaço. É natural da cidade de Conceição do Coité e está graduando em Comunicação Social, pela Universidade do Estado da Bahia.