Publicado originalmente por Universe Today
Cerca de metade de todos os sistemas estelares da galáxia são feitos de pares de estrelas. Nosso Sistema Solar possui apenas uma estrela, o Sol, e uma série de planetas pequenos. Mas quase não era o caso, e Júpiter chegou à beira de se tornar o irmão menor do Sol.

(Créditos: NASA/JPL)
Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, é de longe o maior. Se você somar as massas de todos os outros planetas, nem chegaria a metade da massa de Júpiter. Você poderia eliminar todos os planetas do Sistema Solar, exceto Júpiter, e basicamente ainda teria o Sistema Solar quase na mesma proporção de massa. Não estou tentando fazer você se sentir insignificante, mas a massa da Terra é apenas um erro de arredondamento ao somar todas as coisas que orbitam o Sol.
Júpiter é tão imensamente grande que está à beira de se tornar uma estrela por si só. Se fosse cerca de 20 vezes maior do que é, seria pesado o suficiente para que as pressões e temperaturas no núcleo fossem altas o suficiente para inflamar a fusão nuclear. Entendo que “20 vezes” soa muito. Se você, por exemplo fosse 20 vezes maior do que é agora, isso seria um problema médico um pouco preocupante. Mas no mundo da astronomia, isso é quase nada.
O material que formou nosso Sistema Solar se uniu para formar os planetas, e a maioria desse material acabou em Júpiter através de um crescimento exponencial descontrolado. Um pequeno grupo de rochas – provavelmente cerca de 5 a 10 vezes a massa da Terra – formou um núcleo que acumulou todo o hidrogênio e hélio ao redor o mais rápido possível.
E quando se trata de crescimento exponencial, 20 vezes maior não é tanto assim. Se nosso sistema solar fosse um pouco diferente, Júpiter teria acabado acendendo e iluminando como um segundo sol.
Isso não descarta a formação de planetas – sabemos de planetas que orbitam estrelas binárias – mas tornaria a vida na Terra muito mais improvável, já que os planetas que orbitam em sistemas binários quase nunca atingem o ponto ideal de temperatura necessário para impedir a água de evaporar do calor ou congelar do frio.
Traduzido e adaptado de ScienceAlert
Por Michelle Starr
Divulgador científico há pelo menos 6 anos, dedica seu tempo a tornar a astronomia mais popular entre o público leigo, constantemente traduzindo, escrevendo e adaptando matérias com abordagem didática para o projeto Mistérios do Espaço. É natural da cidade de Conceição do Coité e está graduando em Comunicação Social, pela Universidade do Estado da Bahia.