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Exposição trará meteoritos recuperados após o incêndio do Museu Nacional

Um trágico incêndio tomou conta do Museu Nacional em setembro de 2018 e chocou todo o país com as perdas inestimáveis da história nacional. Agora, em uma nova exposição promovida pelo Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) e o Museu Nacional, serão renuídas as peças meteoríticas recuperadas. Intitulada de Ressurgindo das Cinzas, a mostra gratuita será inaugurada neste 28 de novembro às 16h30 (BRT) e trará 39 peças do antigo acervo.

“Os meteoritos foram, em sua maioria, retirados das cinzas no dia seguinte ao incêndio do dia 2 de setembro. Esta é a primeira oportunidade de reuni-los em uma remontagem da exposição que já estava aberta”, explica Elizabeth Zucolotto, chefe do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional/UFRJ e curadora da Coleção de Meteorítica por e-mail.

A exposição mostrará, até 28 fevereiro de 2020, precisamente 37 meteoritos metálicos e rochosos, uma adaga feita de ferro meteorítico e um totem que conta a história do famoso meteorito baiano de Bendegó que, curiosamente, escapou das chamas que consumiram o museu. Por serem feitos, em sua maioria, de ferro maciço são extremamente resistentes e dificilmente são afetados pelo calor de chamas.

Meteorito de Santa Luzia. (Créditos: MAST)

Entre outras curiosidades do acervo, estará disponível um holograma do próprio Bendegó – criado a partir de fotografias retiradas para reprodução em 3D – e também uma parte deste meteorito, uma vez que a rocha com 5,3 toneladas de ferro e níquel continua no hall de entrada do Museu Nacional. A maior peça da exposição é o meteorito Santa Luzia, que pesa cerca de 2 toneladas e por este motivo ficará exposto no gramado em frente ao Prédio-Sede do Mast, no Rio de Janeiro.

“É uma grande alegria realizar esta parceria com o Museu Nacional/UFRJ, a mais antiga instituição científica do Brasil e um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas”, afirma Anelise Pacheco, diretora do Mast por e-mail.

“A mostra sobre os meteoritos é mais uma prova que o Museu Nacional está vivo. E podemos, a partir dela, levar informação científica à sociedade brasileira. Seguimos fortes na reconstrução da instituição científica mais antiga do país. É importante registrar que nada disso seria possível sem a solidariedade das instituições do nosso país, como o MAST, e somos muito gratos”, disse Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional. [SECOM/MAST]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.