Os Tardígrados já são algumas das criaturas conhecidas mais duronas do nosso Sistema Solar, e provavelmente continuarão a viver até que nosso Sol eventualmente se torne um gigante vermelho. Mas agora estas pequenas criaturas também poderão se tornar as primeiras espécies interestelares conhecidas, pois eles e o verme de nemátodos serão os primeiros passageiros em uma espaçonave para visitar nossa próxima estrela mais próxima.
As duas criaturas são apostas muito seguras para a viagem incrível além do nosso Sistema Solar. Os Tardígrados, são conhecidos como ursos d’gua, e os vermes de nematóides por sua capacidade incomum de sobreviver a ambientes difíceis.
Sendo exposto a altos níveis de radiação até serem congelados em temperaturas extremamente frias, os ursos d’água são a escolha natural para uma viagem tão perigosa. Os vermes de nematoides também são bons candidatos.
“Estes são verdadeiros passageiros interestelares”, diz Philip Lubin, chefe do programa Starlight da Universidade da Califórnia, que está planejando essa jornada interestelar. “Estamos desenvolvendo a capacidade de testar se a vida terrestre pode existir no espaço interestelar, preparando pequenas formas de vida que são candidatos ideais para serem nossos primeiros viajantes”, concluiu ele.
A equipe atualmente está trabalhando em como eles podem armazenar de forma segura os pequenos seres em um estado conhecido como anidrobiose, de modo que em pontos específicos no tempo durante a viagem, eles possam ser despertados novamente e observados. Eles esperam que a missão não só nos forneça uma melhor compreensão de como sobreviver a essas jornadas, mas também uma visão sobre a capacidade da vida em geral espalhar-se pelas estrelas.
Apesar de mais de 60 anos de viagem espacial, apenas uma nave espacial, a Voyager 1, já saiu do Sistema Solar. Em sua velocidade atual, no entanto, levará cerca de 80.000 anos para que ela atinja a próxima estrela no sistema Alpha Centauri, a cerca de 4,2 anos-luz de distância.
O objetivo do programa Starlight, conhecido como DEEP-IN (Propulsão de energia direcionada para a exploração interestelar), é acelerar esta viagem. Usando propulsão fotônica (utilizando luz), eles esperam enviar sondas para Alpha Centauri em uma viagem de 24 anos. [IFLS]