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Conheça o asteroide que realmente pode atingir a Terra

Em uma manhã de domingo em setembro, cerca de 117 anos a partir de agora, um asteroide de 500 metros voará pela Terra cinco vezes mais perto que a Lua. O asteroide tem uma chance em 2.700 de nos atingir em 25 de setembro de 2135.

O asteroide não é apenas mais uma rocha espacial qualquer, mas na verdade é bem conhecida. Seu nome é Bennu e a NASA atualmente tem uma missão, chamada OSIRIS-REx, que tem o objetivo de ir até ele coletar uma amostra e depois enviá-la à Terra em 2023. O asteroide foi selecionado porque é um remanescente do antigo Sistema Solar. Isso poderia nos ajudar a entender o começo da Terra em maiores detalhes.

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Se Bennu fosse atingir a Terra, o impacto teria uma energia equivalente a 80.000 bombas nucleares de Hiroshima, cerca de 1.200 megatons. Por esse motivo, um grupo de pesquisadores americanos usou esse impacto potencial como um estudo sobre o que fazer. A pesquisa descreve uma espaçonave em potencial que poderia ser usada para desviar o asteroide.

“A chance de um impacto parece pequena agora, mas as consequências seriam terríveis”, disse Kirsten Howley, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL). “Este estudo visa ajudar-nos para que possamos ter mais opções para desviá-lo. O objetivo final é estar pronto para proteger a vida na Terra”, concluiu ela.

A missão proposta é chamada de Hypervelocity Asteroid Mitigation Mission, ou HAMMER, que é uma espaçonave que pode ser impactada ao asteroide. Este impacto iria empurrar ele em uma órbita diferente.

A nave também pode ser equipada com um dispositivo nuclear para dar um chute. O impacto precisa ser poderoso o suficiente para mover Bennu, mas não tão poderoso que o desfaça. A equipe ainda não calculou o efeito de um dispositivo nuclear em um grande asteroide como Bennu, mas acredita-se que tal explosão produziria uma mudança mais drástica na trajetória.

Embora seja provável que Bennu não nos atinja, não devemos subestimar a ameaça dessas rochas espaciais. Atualmente, nós descobrimos apenas 1,5% do 1 milhão de asteroides perigosos com mais de 30 metros que um dia poderiam nos atingir. [IFLS]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.