Um sistema estelar localizado a cerca de 16.000 anos-luz da Terra está comportando de uma maneira inesperada, e os cientistas estão trabalhando para explicar o que está acontecendo com ele. A estrela em questão chama-se AG Draconis: uma estrela binária que têm sido observada pelos astrônomos desde o final do século XIX.

Mas enquanto AG Draconis pode ter sido vigiada por um longo tempo, os pesquisadores não têm certeza do que está por trás de sua mais recente atividade estelar. Como o nome sugere, uma estrela binária é na verdade um sistema composto de duas estrelas separadas que orbitam em torno uma da outra.
Dependendo da proximidade das estrelas unidas em um sistema binário e seus estágios relativos de evolução estelar e atividade, as estrelas binárias podem exibir algumas interações bizarras e de tirar o fôlego. No caso de AG Draconis, é bem estranho também.
Esse par binário, que consiste de uma estrela gigante fria e uma anã branca mais quente, é conhecido por manifestar uma atividade de queima relativamente pequena que alterna entre uma sequência de dois estágios calmos e ativos.
A cada 9 ou 15 anos, AG Draconis demonstra caracteristicamente uma explosão estelar: uma fase intensa de clareamento, que se repete por vários anos, antes que o binário fique quieto novamente por vários anos (até o ciclo começar a repetir). Em um novo estudo conduzido pelo astrofísico Rudolf Gális, da Universidade Pavol Jozef Šafárik, na Eslováquia, os pesquisadores identificaram 36 desses picos desde 1932, em pelo menos seis estágios separados de atividade de explosão.
De acordo com a equipe, a maneira como o sistema binário explode durante esses eventos parece ter mudado recentemente – como se as duas estrelas tivessem decidido repentinamente descartar um fenômeno consistente que têm sido o mesmo ao longo de décadas de observações.
Historicamente, as observações ultravioletas e radiológicas mostraram que AG Draconis manifesta dois tipos diferentes de explosões: as frias, que geralmente aparecem no início dos estágios ativos (e em grandes explosões); e as quentes, que ocorrem em menor escala no final do ciclo.
De qualquer forma, algo sobre esse fenômeno parece ser diferente agora. Por alguma razão, em 2015, o AG Draconis marcou o início de seu mais recente estágio ativo com uma explosão que se assemelhava ao tipo menor e mais quente de evento, o que os cientistas não esperavam ver – e a estrela binária seguiu isto com explosões quentes sucessivas em 2016, 2017 e 2018.
Em outras palavras, por razões que ninguém entende inteiramente, AG Draconis mudou os padrões antigos de suas fases de explosões. Essa é a questão na mente dos astrônomos, e não esperamos que temos que esperar muito tempo para descobrir o que isso significa. [ScienceAlert]