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Cavaleiro Negro: o suposto satélite alienígena na órbita da Terra

Fazem 120 anos que a crença da existência do satélite Cavaleiro Negro foi registrada. Aqueles que acreditam na teoria de conspiração dizem que ele se trata de uma espaçonave extraterrestre na órbita quase polar da Terra, como sendo um objeto de aproximadamente 13.000 anos de idade.

Os argumentos usados para ditar sua existência são baseados em fotos da NASA e sinais de rádio. No entanto, o que as conspirações representam é um conjunto intrigante de informações que, juntas, fazem as pessoas gritarem alto sobre possíveis encobrimentos da NASA e do governo. Dessa forma, é uma lenda que se recusa a ir acabar. Vamos aqui investigar a história e a verdade por trás do Cavaleiro Negro.

A evidência fotográfica que nunca foi evidência

Muitas das primeiras descobertas que estão ligadas à teoria do satélite do Cavaleiro Negro estão relacionadas a sinais de rádio. Mas uma série de imagens de 1998 surgiu para abalar o mundo das conspirações. Elas foram tiradas durante a STS-88, que foi a primeira missão do Ônibus Espacial à Estação Espacial Internacional (ISS).

Lá, para todos verem, havia imagens divulgadas pela NASA que mostravam um objeto escuro pairando acima da Terra em órbita baixa. E não demorou muito para que as imagens fossem lançadas para um público esperançoso com suas somas conspiratórias e as compartilhassem com o mundo em geral.

(Créditos: NASA)

Como explicação, o astronauta Jerry Ross apontou que a ISS estava sendo construída quando as imagens foram tiradas. A equipe dos EUA, ele disse, estava a caminho de anexar o módulo americano ao criado pelos russos e, como parte desse trabalho, eles levaram quatro coberturas térmicas. A tarefa era enrolá-las em torno de quatro pinos, sendo esses bastonetes que prendiam o módulo. Isso agiria para evitar a perda de calor do metal exposto ao espaço.

Infelizmente, durante uma das atividades extraveiculares (EVA), as coisas deram um pouco de errado e uma das mantas térmicas se soltaram e flutuaram para o espaço. Posteriormente capturado na câmera, este objeto preto recebeu o número de objeto 025570 pela NASA e, alguns dias depois, o objeto caiu de órbita e foi queimado na atmosfera.

Longe de ser um objeto extraterrestre, o item preto flutuando no espaço não passava de um cobertor.

A evidência histórica que não é evidência

Em 1899, Nikola Tesla começou a gravar sinais muito estranhos, aparentemente do espaço sideral. O talentoso engenheiro elétrico sérvio-americano tinha uma paixão pela tecnologia sem fio e estava no início de uma estação experimental de transmissão sem fio chamada Wardenclyffe Tower em Shoreham, Nova York. Enquanto estava em seu laboratório em Colorado Springs, ele notou os sinais incomuns e especulou que eles tinham vindo de outro planeta, uma afirmação recebida com descrença e ceticismo.

“A primeira fonte de ondas de rádio não terrestres foi descoberta na década de 1930, e era do centro de nossa galáxia, que é a fonte de rádio mais poderosa do céu em muitas frequências”, explicou Varoujan Gorjian, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. “Não foi até a década de 1960 que a tecnologia evoluiu para detectar os primeiros pulsares. Se o que Tesla detectou foi um sinal real e não vinda de seu próprio instrumento, provavelmente veio da Terra”, concluiu.

Por que as pessoas insistem nisso?

As pessoas continuaram a usar as descobertas de Tesla para reforçar as ideias pelo Cavaleiro Negro. Eles também embarcaram no trabalho de um engenheiro norueguês chamado Jørgen Hals, que descobriu que os sinais de rádio que ele transmitia estavam ecoando com intervalo de poucos segundos depois. Agora sabemos disso como ecos atrasados, e Hals foi a primeira pessoa a observá-los.

O fato de não termos uma explicação confirmada de sua causa, no entanto, foi pesquisada: em 1973, Duncan Lunan escreveu um artigo na revista Spaceflight, sugerindo que aqueles que estudavam ecos atrasados ​​haviam ignorado a possibilidade de serem enviados por uma sonda alienígena.

Impressão artística do Cavaleiro Negro. (Créditos: Future/Adrian Mann)

Lunan ainda acredita em uma explicação extraterrestre para as gravações. “As mudanças nos padrões de eco de longa distância em resposta aparente às mudanças nos sinais de saída da Terra realmente se parecem com as respostas de uma sonda de outro mundo, e ainda não há uma explicação natural satisfatória para o fenômeno”, disse Lunan. Se os ecos de longa distância foram deliberadamente produzidos por uma sonda, existe um problema em que eles pararam de serem emitidos em 1975.

No entanto, Lunan disse que sua pesquisa não tem nada a ver com o “absurdo do Cavaleiro Negro”. Se existe uma ligação entre sua teoria e o Cavaleiro Negro, não é essa que está sendo feita por ele. [LiveScience]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.