Os cientistas descobriram que as rajadas massivas de atividade solar que chamamos de “tornados solares” não são como os tornados que vemos aqui na Terra – mesmo que parecessem semelhantes em escala gigantesca. O termo descreve as enormes erupções de gás que parecem girar acima da superfície do Sol, mas com base em uma nova análise de sua estrutura, esses redemoinhos não estão se movendo da maneira que os astrônomos sempre imaginaram.
A pesquisa sobre o fenômeno deve ser apresentada na Semana Europeia de Astronomia e Ciências Espaciais (EWASS), em Liverpool, nesta semana, corrigindo mais de um século de pensamento sobre o que já foi chamado de “tornado prominences”.
Os notáveis redemoinhos de gás foram notados pela primeira vez em 1868, e desde então as observações nos levaram a imaginá-los como imensas tempestades verticais e giratórias de plasma que se assemelham superficialmente a nossos próprios tornados.
Eles foram descritos como sendo grandes o suficiente para engolir todo o nosso planeta várias vezes, atingindo metade da distância entre a Terra e a Lua.
Para realmente ter uma ideia sólida do que está por trás dessas projeções solares, os astrônomos fizeram uso do efeito Doppler para adicionar um elemento de profundidade, afinal, essas imagens são pouco mais do que uma série de fotografias bidimensionais, reduzindo esse fluxo de gás a uma fita plana e contorcida.
Os pesquisadores construíram então um mapa 3D dessas estruturas e descobriram como os campos magnéticos e as diferenças nas pressões de gás se combinam para canalizar o plasma nesses fluxos superaquecidos.
“Tornados solares soam assustadores, mas na verdade eles normalmente não têm consequências notáveis para nós. No entanto, quando uma proeminência do tornado irrompe, pode causar o que é conhecido como clima espacial, potencialmente danificando energia, satélites e redes de comunicação na Terra”, disse a astrofísica Brigitte Schmieder, do Observatório de Paris.
Os tornados solares podem não ser uma ameaça direta, mas saber mais sobre eles pode nos dar as pistas que precisamos para prever e nos preparar para erupções perigosas. [ScienceAlert]