Astrofísica

Astrônomos descobrem a maior explosão já registrada no universo

Pesquisadores do Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia descobriram a maior explosão já observada no universo desde o Big Bang. A explosão emanou de um buraco negro supermassivo no centro da galáxia Ophiuchus, a cerca de 390 milhões de anos-luz da Terra.

“Já vimos explosões nos centros de galáxias antes, mas essa é realmente muito grande”, disse Melanie Johnston-Hollitt, co-autora da pesquisa e professora da Universidade Curtin.

Imagem da cavidade deixada pela maior explosão do universo desde o Big Bang. (Créditos: NASA/NSF)

Para fazer a descoberta, os pesquisadores usaram quatro telescópios espalhados pelo mundo, incluindo o Observatório de Raios-X Chandra, da NASA e o Observatório Espacial de Raios-X XMM, da Agência Espacial Europeia. Foi uma explosão tão violenta que literalmente perfurou um buraco no plasma ao redor do buraco negro, visto através de observações de telescópios de raios X.

Simona Giacintucci, do Naval Research Laboratory em Washington, nos EUA e principal autora do estudo, comparou a explosão à erupção de 1980 do Monte St. Helens – uma das erupções vulcânicas mais violentas da história dos EUA.

“A diferença é que você pode encaixar 15 galáxias da Via Láctea seguidas na cratera que essa explosão deixou”, disse Giacintucci em comunicado. Ela não foi apenas gigantesca, mas também extremamente lenta.

“Aconteceu muito lentamente – como uma explosão em câmera lenta que ocorreu ao longo de centenas de milhões de anos”, explicou Johnston-Hollitt.

Os cientistas da NASA foram capazes de confirmar a explosão. “Os dados do rádio se encaixam dentro dos raios X como uma mão em uma luva”, disse o co-autor Maxim Markevitch, do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, em comunicado. “Este é o argumento decisivo que nos diz que uma erupção de tamanho sem precedentes ocorreu aqui”, concluiu.

“É um pouco como arqueologia”, disse Johnston-Hollitt. “Recebemos as ferramentas para ir mais fundo com os radiotelescópios de baixa frequência, para que possamos encontrar mais explosões como essa agora.”

A equipe agora busca fazer mais observações com o dobro do número de antenas, aumentando a sensibilidade dos radiotelescópios em dez vezes. Isso nos permitirá ver fenômenos semelhantes muito mais distantes do que o aglomerado de Ophiuchus.

Você pode imaginar que esse evento seja catastrófico para a galáxia em que ocorreu, e particularmente para os habitantes que possa ter tido. No entanto, Johnston-Hollitt explicou que a galáxia está bem. Por um lado, a explosão durou centenas de milhões de anos, em vez de ser algo repentino.

Além disso, os jatos são bastante estreitos quando saem do buraco negro e perpendiculares ao disco de acreção – que fica no plano da galáxia. Consequentemente, embora algumas estrelas infelizes possam estar no lugar errado, a grande maioria estava fora de perigo.

Esses jatos são normalmente emitidos em direções opostas, mas, curiosamente, nenhuma radiação equivalente foi detectada na direção oposta. O artigo observa que, se as densidades do plasma fossem menores, as frequências de rádio sobreviventes estariam além da nossa capacidade atual de detectar.

Traduzido e adaptado de ScienceAlert e IFLScience

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