Astrofísica

Astrônomos criam simulação realista de um buraco negro

Os astrônomos observaram o buraco negro supermassivo no centro da nossa galáxia, sugando bolhas de gás quente em direção ao seu centro a 30% da velocidade da luz. Isso é a mesma coisa que 323 milhões de km/h, o que foi o suficiente para desencadear três poderosas rajadas de radiação, onde usando o Very Large Telescope, no Chile, os pesquisadores conseguiram detectar.

Os cientistas por trás das observações de Sagitário A*, como é conhecido o buraco negro no centro da galáxia, dizem que os dados são um olhar “incompreensível” mais próximo da borda de um buraco negro. Não é o ponto tradicional sem retorno, chamado de horizonte de eventos – do qual a luz não pode escapar -, mas um ponto físico onde, se alguma coisa feita de matéria se aproximar demais, começará a entrar em uma inevitável espiral da morte.

Basicamente: “Os astrônomos observaram o ponto onde um material consegue chegar mais próximo de um buraco negro, sem ser consumido por ele”, disse Josephine Peters, astrofísica da Universidade de Oxford.

Acredita-se que Sagitário A* seja um buraco negro com cerca de 4,1 milhões de vezes a massa do nosso Sol, ou 1,3 trilhão de vezes a massa da Terra. Também é praticamente invisível – a gravidade dos buracos negros é tão forte que nem a luz consegue escapar além de seus horizontes de eventos. No entanto, saber um pouco mais sobre Sagitário A* é crucial por várias boas razões.

Em grandes escalas, é uma janela para a história e evolução da galáxia Via Láctea, que gira seus braços espirais de centenas de bilhões de estrelas sobre o buraco negro gigante em seu centro.

Qual a aparência do nosso buraco negro supermassivo?

O evento observado pelos astrônomos é mostrado na imagem do ESO logo acima, embora não seja uma fotografia, mas sim uma simulação visual que usa dados coletados por telescópios. A cor Laranja mostra o que os pesquisadores pensam ser a bolha de gás superaquecido, ou plasma, enquanto o azul mostra a radiação que “sangra” do material e, ocasionalmente, explode em chamas brilhantes.

A imagem também ilustra a flexão e a distorção da luz causada pelo buraco negro que distorce o espaço-tempo com sua massa concentrada, um efeito chamado lente gravitacional. O ESO também criou uma animação da nuvem do fenômeno:

[ScienceAlert]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.