No ano passado, pesquisadores observaram o 2013 HO3, um quasi-satélite (sim, é com ‘i’) do nosso planeta. Observações novas e mais detalhadas, apresentadas na Reunião Anual da Divisão de Ciências Planetárias, confirmaram que o objeto é definitivamente um asteroide e não lixo espacial.
A trajetória de 2013 HO3 é peculiar, para dizer o mínimo. Ele gira em torno do Sol, e também ao redor do sistema Terra-Lua, movendo-se entre 38 e 100 vezes a distância entre nosso planeta e a Lua. Então, está perto o suficiente para tornar sua origem complexa, mas um pouco longe demais para ser estudado em detalhes.

Para entender o HO3 de 2016, o professor assistente Vishnu Reddy e sua equipe da Universidade do Arizona decidiram realizar algumas observações durante uma aproximação. A equipe não conseguiu detectar seu tamanho – o que definitivamente não é maior do que 100 metros – mas disseram que ele gira em seu eixo duas vezes em uma hora e reflete a luz assim como os asteroides fazem.
“Enquanto HO3 está perto da Terra, seu tamanho pequeno – possivelmente não maior que 100 metros – torna um objetivo desafiador para estudá-lo”, disse Reddy. “Nossas observações mostram que o HO3 gira uma vez a cada 28 minutos e é feito de materiais semelhantes aos asteroides”, concluiu ele.
2016 HO3 é um dos cinco quasi-satélites da Terra e é aquele com a órbita mais estável. Esses objetos são satélites “quase” porque sua órbita não é exatamente estável e pode mudar significativamente ao longo do tempo. Muitos quasi-satélites descobertos deixaram de ser um depois de alguns anos, mas 2013 HO3 pode ser estável por centenas de anos.
A equipe usou o Grande Telescópio Binocular (LBT) para caracterizar o objeto. Saber que 2013 HO3 é um asteroide tem implicações além da pura astronomia. Se quisermos estabelecer o quão fácil é explorar e talvez até para minar um asteroide, ter um alvo relativamente próximo pode ser extremamente útil.
“Dos objetos próximos da Terra que conhecemos, esses seriam os mais fáceis de alcançar, então eles poderiam fazer a humanidade potencialmente atingir metas adequadas para a exploração”, disse Christian Veillet, diretor do Observatório LBT. [IFLS]