Estrelas

A estrela mais brilhante de Órion pode estar prestes a explodir

Se há uma constelação que qualquer pessoa identifica fácil, essa é Órion. No entanto, algo definitivamente está acontecendo com o caçador cósmico, já que uma de suas estrelas mais icônicas está diminuindo o brilho, levando à especulação de que poderia estar prestes a se tornar uma supernova.

Constelação de Órion. (Créditos: Reprodução)

Betelgeuse também é conhecida como Alpha Orionis, o que significa que é a estrela mais brilhante da constelação. Localizada a cerca de 640 anos-luz da Terra, é uma das estrelas mais luminosas de todo o céu noturno, brilhando com uma cor vermelho alaranjado. No entanto, no início deste mês, os astrônomos notaram que seu brilho havia caído, indicando que ele pode ter chegado ao fim de seu suprimento de hidrogênio.

Gigantes vermelhas como Betelgeuse normalmente leva cerca de 10 milhões de anos para queimar todo o hidrogênio, então sempre se esperava que a famosa estrela morresse jovem. Espera-se que Betelgeuse expire em uma supernova em algum momento nos próximos 100.000 anos, embora exatamente quando isso vai acontecer seja uma incógnita.

Tendo diminuído em cerca de metade nas últimas semanas, caindo de sua magnitude habitual de +0,5 para um muito mais insatisfatório +1,5, Betelgeuse deixou os astrônomos empolgados com a perspectiva de testemunhar uma morte estelar iminente. Caso isso ocorra, seria a primeira vez que uma estrela da Via Láctea se tornaria supernova em cerca de 400 anos, proporcionando a primeira oportunidade para os cientistas estudarem esse evento de perto.

Também proporcionaria um espetáculo para o resto de nós, sendo facilmente visível a olho nu. No entanto, este show de luzes cósmica está longe de ser garantido, pois uma queda no brilho não pode ser tomada como um sinal claro de que a estrela está prestes a morrer. Como estrela variável, Betelgeuse é propensa a alterações periódicas em sua luminosidade visível, então mudanças como essa não são tão incomuns.

Tais mudanças podem ser causadas por erupções de gás ou poeira, bem como uma série de outros processos que afetam o brilho da superfície da estrela, mas não têm nada a ver com seu suprimento interno de hidrogênio.

A distância, no entanto, é algo importante aqui. Se ela explodir hoje, só daqui a 650 anos que poderemos ver brilho do fenômeno. No entanto, se o evento da explosão aconteceu 650 anos atrás, a qualquer momento o potinho brilhante irá clarear no céu neste possível espetáculo cósmico. Isso acontece por conta da velocidade da luz – 300 mil km/s -, onde ela leva 650 anos para percorrer todo o espaço entre nós e a estrela.

Por fim, não sabemos se essas observações recentes indicam que Betelgeuse está prestes a se tornar uma supernova, embora com as últimas leituras mostrando que a estrela tenha ficado mais fraca do que em qualquer ponto da história registrada, há uma chance de algo espetacular acontecer. Exploda, Betelgeuse! [IFLS]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.