Os cientistas usaram simulações computacionais complexas para descobrir o que se encontra abaixo da superfície gelada de Netuno, e encontraram um composto raro que nos dá uma maior compreensão de como os gigantes do gás estão evoluindo.
As simulações sugerem que um composto pouco conhecido chamado Hemi-hidrato de amônia está espreitando dentro de Netuno, um composto criado quando água congelada e amônia se misturam. A descoberta pode ser inestimável em nosso futuro estudo do planeta e outros como ele.
Com esse conhecimento, os pesquisadores da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido sugerem que podemos ter uma melhor ideia de como os gigantes do gelo como Netuno e Urano estão evoluindo e também nos ajudam a detectar outros planetas similares fora do nosso Sistema Solar.
“Este estudo nos ajuda a prever melhor o que está dentro de planetas gelados como Netuno”, disse Andreas Hermann, um dos integrantes do estudo. “Nossas descobertas sugerem que o hemi-hidrato de amônia pode ser um componente importante do manto em gigantes de gelo e ajudará a melhorar nossa compreensão sobre esses mundos congelados”, disse.
Colocar uma sonda em Netuno não é viável por enquanto e reproduzir as temperaturas muito baixas e altas pressões do planeta em um laboratório aqui na Terra não é algo muito fácil.
Netuno tem uma temperatura média de -214 °C, principalmente porque pouca luz solar chega lá. Além disso, o gigante de gás possui ventos que viajam à 2.200 km/h.
Na ausência de sondas, os cientistas podem recorrer a simulações de computador, algoritmos baseados em experimentos medidos aqui na Terra. Usando o que já sabemos sobre o manto de Netuno como ponto de partida – que possui grandes quantidades de água, metano e amônia – os pesquisadores realizaram suas somas para determinar que o hemi-hidrato de amônia está sendo formado.
“Os modelos de computador são uma ótima ferramenta para estudar esses lugares extremos, e agora estamos construindo algo sobre este estudo para obter uma imagem ainda mais completa do que acontece lá”, concluiu Hermann. [ScienceAlert]