A cerca 4 bilhões de quilômetros de distância, no mais distante planeta principal conhecido em nosso sistema solar, uma tempestade ominosa e sombria aparece – uma vez grande o suficiente para ir de Boston, EUA a Portugal, está diminuindo, como visto em fotos de Netuno registradas pelo Telescópio Espacial Hubble, da NASA.
As imensas tempestades sombrias em Netuno foram descobertas no final da década de 1980 pela nave espacial Voyager 2 da NASA. Desde então, apenas o Hubble teve a capacidade de registrar com nitidez na luz azul ao longo dos anos. Hubble encontrou duas tempestades estranhas que apareceram em meados da década de 1990 e depois desapareceram. Esta última tempestade foi vista pela primeira vez em 2015, mas agora está diminuindo.
Da mesma forma que a Grande Mancha Vermelha de Júpiter, a tempestade se arrasa em uma direção anti-ciclônica e está dragando dentro da atmosfera do planeta gigante de gelo. A característica evasiva dá aos astrônomos uma oportunidade única para estudar os ventos profundos de Netuno, que não podem ser medidos diretamente.
O material da mancha escura pode ser sulfeto de hidrogênio, com um cheiro semelhante a ovos podres. Ao contrário da tempestade de Júpiter, que têm sido visível há pelo menos 200 anos, os vórtices escuros de Netuno apenas duram alguns anos. Este é o primeiro que realmente foi fotografado no processo de morte.
“Não temos evidências de como esses vórtices são formados ou a que velocidade eles rodam”, disse Agustín Sánchez-Lavega, da Universidade do País Basco, na Espanha. “É muito provável que eles surjam de uma instabilidade nos ventos cortados para o leste e para o oeste”, concluiu ele.
As primeiras imagens do vórtice escuro são do programa Ouater Planet Atmosphes Legacy (OPAL), um projeto do Hubble de longo prazo que captura anualmente mapas globais dos quatro planetas externos do sistema solar. Somente o Hubble possui a capacidade única de investigar esses mundos em luz ultravioleta, o que produz informações importantes que não estão disponíveis para outros telescópios atuais. [NASA]