Enquanto milhões de pessoas admiravam uma visão espetacular do eclipse total da última terça-feira, 02/07, no Chile e na Argentina, um satélite solitário o observava na órbita da Lua. O satélite é o Longjiang-2 da China que sobrevoava a face oculta lunar quando o eclipse começou. O equipamento é usado para retransmissão de dados do robô Chang’e-4, que está impedido de se comunicar com a Terra por estar na superfície da face oculta.

A mancha escura circular é a sombra lunar projetada na Terra, afinal, o fenômeno acontece justamente quando a Lua passa na frente do Sol. As pessoas nos arredores da sombra testemunharam um eclipse parcial – como foi o caso do Brasil. As pessoas no núcleo da mancha experimentaram a totalidade.
Construído no Instituto de Tecnologia de Harbin, na província de Heilongjiang, no nordeste da China, o microsatélite é de apenas 47 kg e foi enviado ao espaço em 21 de maio de 2018. O Longjiang-2 possui uma câmera principal que pesa apenas meros 20 gramas, o que já foi necessário para fazer esse registro incrível.
Orbitando a face oculta lunar, felizmente, nos poucos minutos antes da Lua bloquear a visão do satélite para a Terra, o controle conseguiu capturar esses registros históricos. Essas fotos raras do eclipse fecham com chave de outro a sua missão, quando finalmente os controladores chineses farão o satélite colidir com a Lua no dia 31 deste mês.
Nordestino arretado, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.