Astrofísica,Galáxias

Pela primeira vez na história, vimos dois buracos negros em colisão

Pela primeira vez, os astrônomos observaram os estágios finais das fusões galácticas, olhando através de espessas paredes de gás e poeira para ver pares de buracos negros supermassivos se aproximando. Nos centros da maioria, se não de todas as galáxias, existem buracos negros supermassivos com massas que são milhões a bilhões de vezes superiores ao Sol. Por exemplo, no coração da nossa Via Láctea está Sagitário A*, que tem cerca de 4,5 milhões de massas solares.

Pesquisas anteriores descobriram que fusões de galáxias podem ajudar a alimentar o crescimento de buracos negros supermassivos. E essa nova pesquisa sugeriu que buracos negros nos núcleos de galáxias em colisão podem se combinar para se tornar buracos negros ainda maiores.

Agora, os pesquisadores observaram vários pares de galáxias nos estágios finais da fusão, e seus principais buracos negros supermassivos se aproximando. As descobertas lançam uma ideia sobre como buracos negros ainda mais maciços podem surgir. Os cientistas primeiro procuraram por buracos negros escondidos analisando dados de raios X de 10 anos do Observatório Neil Gehrels Swift, da NASA.

Quando os buracos negros devoram a matéria, esses buracos negros “ativos” podem gerar raios-X de alta energia, visíveis mesmo através de densas nuvens de gás e poeira.

Em seguida, os pesquisadores procuraram por galáxias que combinassem com esses achados de raios X, vasculhando dados do Telescópio Espacial Hubble, da NASA e do Observatório Keck, no Havaí. Espelhos deformáveis ​​controlados por computador, uma tecnologia chamada óptica adaptativa no Observatório Keck ajudam a aguçar imagens de estrelas, “levando a um enorme aumento na resolução”, disse Michael Koss, astrofísico na empresa de pesquisa científica Eureka Scientific.

Ao todo, os cientistas analisaram 96 galáxias observadas com o Observatório Keck e 385 galáxias do arquivo do Hubble. Todas essas galáxias estão localizadas em uma média de 330 milhões de anos-luz da Terra, relativamente próximas em termos cósmicos, com muitas delas similares em tamanho à Via Láctea.

Os pesquisadores descobriram que mais de 17% dessas galáxias hospedavam um par de buracos negros em seus centros, sinais dos estágios finais de uma fusão galáctica. Essas descobertas combinaram com as simulações computacionais dos pesquisadores, que sugeriam que buracos negros altamente ativos, mas fortemente obscurecidos, escondidos em galáxias ricas em gás e poeira são responsáveis ​​por muitas fusões.

Uma visão ainda melhor de fusões em galáxias difusas e fortemente obscurecidas pode vir do aguardado Telescópio Espacial James Webb, previsto para ser lançado em 2021. O Telescópio Espacial James Webb também deve ser capaz de medir as massas, taxas de crescimento e outras características físicas de cada membro dos pares de buracos negros próximos. Vamos aguardar mais descobertas incríveis! [Space]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.