O Universo está cheio de objetos estranhos que simplesmente não possuem categorias perfeitas. Os astrônomos detectaram esse objeto maciço que poderia ser um grande planeta ou uma estrela fracassada, bem no centro da nossa galáxia. Não é só um quebra-cabeça astronômico, mas também está forçando os limites das ferramentas que temos para ver o espaço.
O telescópio espacial Spitzer da NASA vem seguindo a órbita da Terra em torno do Sol desde 2003, usando sua câmera infravermelha para capturar imagens deslumbrantes dos céus.
Uma tarefa para os astrônomos foi usar as imagens de Spitzer para encontrar exoplanetas; um objetivo que ninguém considerou quando foi lançado. A abordagem mais “tradicional” é observar o escurecimento de uma estrela à medida que um planeta passa em frente a ela. Mas o Spitzer tem outro truque na manga – a microlente. A gravidade é a deformação do espaço, o que significa que um objeto maciço pode dobrar espaço para formar uma espécie de lente. Spitzer foi usado para encontrar alguns exoplanetas desta forma.
Seu nome é OGLE-2016-BLG-1190Lb, possui 13 vezes a massa de Júpiter e orbita uma estrela a cerca de 22.000 anos-luz de distância, na parte movimentada do centro da Via Láctea. OGLE pode não ser tão grande como o gigante DENIS-P J082303.1-491201 b, que é 29 vezes maior que a massa de Júpiter, mas estão nesse patamar.
Antes de ficar muito animado, ainda pode ser uma anã marrom – uma estrela fracassada que não é suficientemente grande para provocar fusão nuclear.
O interessante é que OGLE fica à beira do que é conhecido como o “deserto de anãs marrons” – uma zona desprovida de estrelas fracassadas. Os astrônomos notaram que há uma clara falta desses corpos dentro de 5 UA de outras estrelas. Para a perspectiva, a distância da Terra ao Sol é 1 UA, ou cerca de 150 milhões de quilômetros.
OGLE tem uma órbita cerca de 5 UA da sua estrela companheira que leva cerca de três anos para ser concluída. Se é um planeta, cresceu em proporções gigantescas. Se é uma pequena anã marrom, o fato de estar na fronteira pode nos ajudar a entender mais sobre como os objetos cósmicos se tornam estrelas.
Ao aperfeiçoar processos que podem extrair mais detalhes da luz entortada com a gravidade, especialmente vistos usando diferentes satélites de diferentes posições, devemos conseguir uma melhor compreensão de objetos assim. [ScienceAlert]