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NASA revela nova tecnologia em um grande anúncio

A NASA diz que concluiu testes em um novo sistema de energia de fissão nuclear para missões espaciais profundas – e os resultados foram extremamente bons. O sistema é chamado Kilopower e envolve o uso do calor gerado pelo urânio para produzir energia. É um projeto de US$ 20 milhões que foi anunciado como uma forma de apoiar missões humanas na Lua, em Marte e além.

Concepção artística do Kilo
Concepção artística do Kilopower na Lua.

Em uma conferência no Centro de Pesquisas Glenn da NASA, em Ohio, engenheiros do projeto de US$ 20 milhões revelaram os resultados dos testes, conduzidos no início deste ano no deserto de Nevada. E eles disseram que seu protótipo, chamado KRUSTY (Kilopower Reactor Usando Stirling Technology), excedeu todas as suas expectativas.

“Estou muito feliz por poder relatar as vocês que o teste foi ótimo”, disse Marc Gibson, engenheiro-chefe da Kilopower. A tecnologia usa o calor gerado pela fissão nuclear do urânio para produzir energia. Teoricamente, poderia fornecer energia constante por centenas de anos, sem a necessidade de depender de consumíveis ou do Sol.

Pesquisadores testando o protótipo.
Pesquisadores testando o protótipo.

No núcleo do reator há um núcleo de urânio enriquecido, envolto em um refletor feito de óxido de berílio. Uma haste de carboneto de boro inicia a reação de fissão no urânio, produzindo calor que é transportado por canos para os geradores de energia, conhecidos como conversores Stirling. No topo do reator há um grande radiador circular, que emite o excesso de calor do reator. No total, mede cerca de 2 metros de altura.

Indo até 800°C, a equipe descobriu que o reator superou praticamente todas as suas expectativas. Produziu até 1 quilowatt de energia, mas a equipe observou que isso era facilmente escalável até 10 kilowatts com o sistema existente. Projetos futuros para a Lua e Marte poderiam chegar a 40 kilowatts.

Kilopower, em teoria, abre muitas portas. Algumas missões para o espaço profundo já usam uma fonte de combustível nuclear, os geradores termonucleares de radioisótopos (RTGs), que contam com o decaimento do plutônio-238. Mas eles estão limitados a uma potência máxima de cerca de 1 kilowatt.

Com a NASA procurando continuamente ampliar seus horizontes, seja a Lua ou Marte, uma fonte de energia como essa é bastante desejável. É bastante barata, fácil e fornece mais energia do que outras fontes, como a energia solar. Se quisermos realizar estadias prolongadas em outros mundos, podemos precisar de algo como o Kilopower para tornar isso uma realidade. [IFLS]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.