A NASA captou intensos sinais de raios gama vindos de um conjunto de antigas galáxias. Esses sinais estavam sendo emitidos por objetos conhecidos como blazares, que cercam os maiores e mais poderosos buracos negros do universo.
A descoberta poderia mudar nossa compreensão de como buracos negros se juntaram nos primeiros momentos do Universo, já que esses sinais vêm de galáxias que se formaram quando o cosmos tinha apenas 1,4 bilhões de anos.
Esses sinais de raios gama podem ter se originado 1,4 bilhões de anos depois do Big Bang, mas só agora estão chegando aos nossos telescópios, permitindo-nos finalmente olhar no tempo e entender mais sobre os enormes blazares e seus buracos negros associados.
Os blazares existem no núcleo de galáxias elípticas gigantes muito ativas, que contêm buracos negros supermassivos com 1 milhão ou mais de vezes a massa do nosso Sol. Como muito material cai nestes buracos negros, eles emitem jatos altamente poderosos de energia, que se movem quase à velocidade da luz.
Quando esses jatos de energia chegam aqui na Terra, eles podem nos dar uma visão dos buracos negros que os formaram e alguns dos mais antigos já encontrados. E embora os raios gama não possam ser vistos a olho nu, eles estão a todo momento fluindo em grandes quantidades pelo o universo
Blazares aparecem de forma brilhante para nossos instrumentos científicos, já que seus jatos de energia luminosa estão apontados diretamente para o nosso planeta. Mas até agora, a luz mais antiga que tínhamos visto era de um blazar que surgiu 2,1 bilhões de anos após a formação do Universo.
“A principal questão agora é como esses enormes buracos negros podem ter sido formados em um universo tão jovem”, disse Dario Gasparrini, da Agência Espacial Italiana. “Não sabemos quais mecanismos desencadearam seu rápido desenvolvimento”, concluiu ele.
Como Marco Ajello, da Universidade de Clemson na Carolina do Sul, acrescenta: “Nós pensamos que isso seja apenas a ponta do iceberg, de um dos primeiros exemplos de uma população enorme de galáxias que ainda não tenha sido detectadas em raios gama”. [ScienceAlert]