O risco na imagem abaixo não é uma falha ou ‘arranhão’ no Telescópio Espacial Hubble. Trata-se de um asteroide atravessando o campo de visão enquanto o telescópio estava fotografando a Nebulosa do Caranguejo.

Para tirar uma foto, geralmente o Hubble precisa ser fixado em um pedaço do céu por um período de tempo. Assim como já explicamos que uma longa exposição do céu noturno é necessária para capturar o brilho das estrelas, o Hubble pode capturar outros objetos astronômicos. No entanto, se algo em movimento passa na frente, a trilha fica semelhante a essa gerada pelo asteroide.
Essa trilha de asteroide foi identificada por uma voluntária chamada Melina Thévenot, da Alemanha, que examinou imagens enviadas para identificar qualquer um que poderia passar despercebido nas imagens do Hubble. A imagem inicial foi carregada em preto e branco. Depois que descobriu a trilha de asteroides, Thévenot começou a trabalhar, processando os dados dos filtros RGB do Hubble para recriar a cena em cores.
O próprio asteroide é conhecido desde 2001. Os astrônomos o identificaram como SE101 2001. É um tipo de objeto conhecido por orbitar o Sol no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.
A razão pela qual todas as imagens do Hubble tiradas através do plano orbital do Sistema Solar não estão repletas de asteroides é porque muitos dos asteroides são muito pequenos e há muito espaço entre eles. E imagens que incluem as trilhas são altamente valiosas do ponto de vista científico. O conhecimento da data, hora e local da imagem permite que os astrônomos calculem a trajetória e a velocidade passada e futura do asteroide.
Por sua vez, essa imagem pode ajudar a refinar nossas técnicas de rastreamento de asteroides – o que será útil quando se trata de proteger nossa Terra dessas rochas espaciais gigantes. [ScienceAlert]