Exoplanetas

Exoplaneta é encontrado próximo da Terra e pode ser habitável

A apenas 31 anos-luz de distância, um dos mundos mais próximos já detectados poderia abrigar água líquida em sua superfície – e talvez vida. O Transiting Exoplanet Survey Satellite da NASA, ou TESS – um telescópio orbital super-poderoso que observa  o céu a procura de mundos alienígenas – avistou um novo planeta circulando uma estrela próxima na constelação de Hydra. Quando os astrônomos verificaram a estrela para confirmação, eles descobriram mais dois mundos orbitando-a.

Concepção artística do sistema planetário. (Créditos: NASA)

Um desses planetas, chamado GJ 357 d, poderia suportar água líquida se tivesse uma atmosfera espessa e fosse rochoso. Está entre os 45 exoplanetas mais próximos confirmados até hoje, de um total de 4.025 planetas registrados até agora fora do nosso sistema solar.

Este sistema planetário é o terceiro mais próximo identificado usando o método de “trânsito”, no qual os telescópios observam pequenas quedas no brilho de uma estrela que poderiam ser causadas por um planeta passando na frente dela. O telescópio Kepler foi pioneiro na técnica, embora tenha sido refinado pelo TESS.

O planeta promissor está na chamada “zona habitável” de sua estrela, a distância em que um mundo rochoso poderia ter a temperatura superficial certa para a água líquida existir.

“O GJ 357 d está localizado dentro da borda externa da zona habitável de sua estrela, onde recebe aproximadamente a mesma quantidade de energia estelar de sua estrela que Marte com o Sol”, disse Diana Kossakowski, membra da equipe que descobriu o planeta. “Se o planeta tiver uma atmosfera densa, que levará estudos futuros para determinar, ele poderia reter calor suficiente para aquecer o planeta e permitir a existência de água líquida em sua superfície”, disse Kossakowski.

Se o planeta não tiver atmosfera, no entanto, sua superfície seria de -53 graus Celsius, bem abaixo do ponto de congelamento da água. A massa de GJ 357 d é pelo menos 6,1 vezes a da Terra, e o planeta orbita sua pequena estrela a cada 55,7 dias.

O telescópio observa uma seção do céu por 27 dias, antes de passar para uma nova parte. A espaçonave completou a metade sul de sua jornada neste mês e se virou para o céu do norte. Quando a missão terminar, no entanto, o TESS terá observado mais de 85% do céu.

Uma imagem da primeira rodada de coleta de dados do TESS. (Créditos: TESS/NASA)

Até agora, o telescópio encontrou mais de 850 novos planetas em potencial. O próximo passo é que os telescópios terrestres examinem as estrelas que esses planetas possam estar orbitando e detectem se os planetas realmente exercem uma atração gravitacional.

Esse processo é o que permitiu aos pesquisadores encontrar GJ 357 d. Enquanto eles estavam trabalhando para confirmar o planeta que TESS viu, eles notaram atração gravitacional de outros dois (A TESS não detectou diretamente esses dois mundos porque suas órbitas não passam entre sua estrela e o telescópio). Até agora, apenas 24 dos exoplanetas que a TESS detectou foram confirmados. No início desta semana, astrônomos confirmaram três planetas próximos que o telescópio detectou, incluindo uma “super-Terra”, embora nenhum deles tenha água líquida.

Os cientistas esperam que o telescópio identifique milhares de candidatos a exoplanetas antes que a missão termine. Alguns desses poderiam ser habitáveis, incluindo GJ 357 d. [ScienceAlert]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.