A luz do Sol é responsável por suportar quase toda a vida na Terra e, apesar de ocasionais explosões que colocam a tecnologia em risco, é uma estrela silenciosa e bem-comportada. Agora, uma comparação com estrelas semelhantes revela que o Sol é possivelmente único ou está apenas passando por uma longa fase inativa.
Conforme relatado na revista Science, uma equipe internacional investigou estrelas como o Sol para ver como elas se comparam com seu gêmeo galáctico. Os astrônomos procuraram estrelas que estavam no mesmo estágio evolutivo e com idade, temperatura superficial, composição e período de rotação semelhantes.
A equipe usou dados do Observatório Kepler, da NASA para estimar o período de rotação das estrelas. Isso era possível apenas para estrelas que estavam formando pontos estelares, para que seus movimentos através do disco estelar pudessem ser rastreados. A equipe escolheu estrelas que giravam a cada 20 a 30 dias e depois refinou ainda mais as observações usando propriedades estelares observadas pelo telescópio espacial Gaia, da Agência Espacial Europeia. Isso é fundamental – porque se pensa que a taxa de rotação de uma estrela contribui para a força do campo magnético.

A seleção final foi de 369 estrelas cujas variações estelares foram medidas entre 2009 e 2013. A diferença entre as fases ativa e inativa do Sol é de cerca de 0,07%. Algumas estrelas na amostra eram semelhantes ao Sol, mas para a maioria delas, a diferença de atividade era tipicamente cinco vezes mais forte que a diferença de atividade vista para a nossa estrela. Esse valor médio também é 1,8 vezes maior que o valor máximo de variabilidade solar.
Por que o Sol e algumas outras estrelas parecem ser diferentes?
Os cientistas não têm certeza. Para investigar mais, eles analisaram uma amostra mais ampla de estrelas parecidas com o Sol que foram excluídas da análise porque não podiam medir suas rotações. Para essas 2.529 estrelas, as mudanças na atividade foram menos pronunciadas e mais alinhadas com o Sol.
Com base nisso, a equipe tem duas interpretações: A primeira é que existem fatores ainda a serem descobertos que separam estrelas semelhantes ao Sol em um grupo ativo ou menos ativo. A segunda é que um único grupo passa por fases de alta atividade e baixa atividade.
Com base em análises indiretas usando anéis de árvores e núcleos de gelo, os cientistas acreditam que o Sol tenha mantido o mesmo nível de atividade nos últimos 9.000 anos, sem picos selvagens ou intervalos de atividade.
“No entanto, comparado a toda a vida útil do Sol, 9.000 anos são como um piscar de olhos”, disse o principal autor do estudo, o Dr. Timo Reinhold. “É concebível que o Sol esteja passando por uma fase silenciosa há milhares de anos e, portanto, tenhamos uma imagem distorcida de nossa estrela”, concluiu.
A equipe afirmou que o Sol pode “alternar entre épocas de baixa e alta atividade em escalas de tempo superiores a 9.000 anos”, embora, de acordo com os dados atuais, não possamos ter certeza se sim.
Traduzido e adaptado de IFLScience
Por Alfredo Carpineti