Astrobiologia,Planetas

É oficial: sonda confirma existência de metano em Marte

Houve uma grande agitação na comunidade científica quando surgiram relatos de que o rover Curiosity havia detectado metano em Marte. Mas havia um problema: não se podia descartar a ideia de que seus sensores podiam estar estragados, ou algo foi mal interpretado. Agora parece que podemos não nos preocupar mais – porque uma outra fonte independente também detectou metano em Marte.

(Créditos: NASA)

Em 16 de junho de 2013, um dia antes de o Curiosity detectar metano na mesma região, a missão Mars Express da Agência Espacial Europeia, em órbita ao redor do Planeta Vermelho, captou o elemento na região perto da Gale Crater – a região explorada pelo Curiosity. Outros instrumentos também já detectaram metano em Marte, mas esta é a primeira vez que dois equipamentos separados detectaram metano (CH4) na mesma região ao mesmo tempo.

E é um bom sinal para a vida, acredite. Aqui na Terra, por exemplo, temos uma boa quantidade de metano,  dos quais 90 a 95% já detectados são gerados por criaturas vivas ou mortas. No entanto, existem processos geológicos que podem gerar metano também. Em gigantes de gás e gelo, como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, a abundância de metano é produzida por processos químicos.

Plutão tem gelo de metano. A lua de Saturno, Titã, tem lagos de metano líquido. O material não é exatamente raro no Sistema Solar. Em Marte, também, a concentração global é minúscula em comparação com a da Terra – ela aparece em “explosões”. Mas descobrir de onde o metano marciano veio ou vem e como, nos dirá algo novo e interessante sobre o Planeta Vermelho – mesmo que essa fonte não seja micróbios.

O orbitador da Mars Express realmente detectou o metano uma vez antes, em 2004, usando o instrumento Planetary Fourier Spectrometer (PFS). É este instrumento que também fez a detecção de 2013, mas com novas técnicas de observação e análise que aumentam a confiança nos resultados.

Enquanto isso, a busca por metano está em andamento. O instrumento PFS continua a monitorar a atmosfera marciana, e todo os dados serão reanalisados usando as novas técnicas. [ScienceAlert]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.