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Cientistas descobrem a origem do famoso sinal “Wow!”

Por 40 anos, o sinal “Wow!” fascinou e intrigou pessoas em todo o mundo. De uma mensagem alienígena a um fenômeno desconhecido, cientistas e leigos tentaram encontrar uma solução para o mistério. Agora, Antônio Paris, da Universidade de São Petersburgo, parece ter encontrado uma solução. Era um cometa o tempo todo.

A pesquisa, publicada no Journal of the Washington Academy of Sciences, descreve como o cometa 266/P Christensen possui a emissão certa e estava na posição certa para produzir o sinal. Paris e o Centro de Ciência Planetária realizaram 200 observações entre novembro de 2016 e fevereiro de 2017, a fim de testar as hipóteses que fizeram no ano passado.

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O sinal foi detectado em 15 de agosto de 1977 pelo rádio telescópio Big Ear, que era o Observatório de Rádio da Universidade Estadual de Ohio na época. O sinal era mais intenso do que qualquer coisa gravada e atingiu o pico em uma freqüência de 1.420 megahertz, que é uma emissão conhecida de hidrogênio. Ganhou o nome graças ao seu descobridor, Jerry R. Ehman, que rabiscou “Wow!” ao lado da impressão do computador. O mistério começou quando os pesquisadores olhavam para a mesma região do céu e não encontraram nada que pudesse ter produzido.

Havia dois cometas na região em 1977, o 266P/Christensen e o P/2008 Y2 (Gibbs). Paris os considerava candidatos. O 266P/Christensen voltou para a região em 25 de janeiro passado, então Paris teve a chance de observar o cometa. E ele viu o sinal novamente.

“A importância da descoberta é principalmente que conseguimos rastrear e detectar cometas com um radiotelescópio. Este é um passo importante na radioastronomia, porque agora podemos rastrear um sinal de 1420 MHz em corpos celestes locais”, disse Paris.

Durante as observações, Paris certificou-se de que não havia outras fontes de rádio alternativas dentro de 15 graus do cometa. Considerando que a Lua cheia é cerca de metade de um grau, esse é um grande pedaço do céu. O cometa foi detectado emitindo ondas de rádio, e como um teste adicional, Paris moveu o telescópio de 10 metros a 1 graus do cometa e o sinal desapareceu. [IFLS]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.