Astrofísica

Astrônomos encontram evidências de que vivemos em um enorme vazio

Nosso universo não é uniforme. Sua matéria é acumulada em vários lugares, com algumas regiões menos densas do que outras. E parece que podemos estar em um desses lugares, não densamente falando, mas sim em um vasto vazio cósmico.

Um novo estudo foi apresentado hoje na 230ª reunião da American Astronomical Society no Texas, e lançaram novas evidências de que nossa região do espaço tem muito menos galáxias, estrelas e planetas do que as outras.

A ideia de que vivemos num vazio explica de forma clara um problema na astrofísica. Quando medimos a taxa de expansão do universo, com a famosa Constante do Hubble, deveria ser a mesma coisa em todos os lugares que olhamos. Mas, como não é, isso sugere que a atração gravitacional em outro lugar do universo é mais forte.

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De acordo com as descobertas, o vazio esférico em que residimos é sete vezes maior que o vazio médio, que abrange um milênio de anos-luz.. O vazio afeta o valor da Constante do Hubble medida em uma escala local, mas não cósmica. Isso dá origem à discrepância para as leituras, e fornece algumas evidências indiretas para a existência do vazio.

Não é nenhum segredo que nosso universo é irregular. Nossa galáxia reside no vasto Lilykea Supercluster, uma rede gravitacional de 100.000 galáxias. Superaglomerados como este são as maiores estruturas do universo. Parece que somos puxados para uma região densa chamada Great Attractor, e se afastamos de uma região mais vazia chamada Dipole Repeller.

Se estamos sendo empurrados ou puxados, parece que agora também podemos estar em uma região vazia do espaço. Felizmente para nós na Terra, isso não deixa de termos belos espetáculos do universo para registrar. [IFLS]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.