Astrofísica

Buraco negro pode estar escondido dentro de uma nebulosa

Pesquisadores japoneses estavam estudando uma remanescente de supernova quando descobriram que um buraco negro provavelmente estava se escondendo por lá.

A equipe, liderada pela estudante de graduação Masaya Yamada, da Universidade Keio, estava estudando a W44 – uma remanescente de supernova localizada à 10.000 anos-luz de distância, criada pela explosão de uma estrela. Eles estavam tentando descobrir qual foi a energia da explosão, mas em vez disso descobriram sinais de um buraco negro.

A observação mostrou uma formação de nuvem curiosa dentro da nebulosa. Devido ao seu movimento e forma, os pesquisadores deram o nome de “bala”, e está se movendo em mais de 100 vezes a velocidade do som no espaço interestelar. No entanto, a estrutura não pode ser explicada apenas com uma supernova.

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Os cientistas propuseram dois possíveis cenários, os quais envolvem buracos negros. O primeiro requer que as nuvens se movam perto de um buraco negro estático. A maior parte da frente da nuvem iria se mover tranquilamente, mas o objeto compacto e maciço atrairia um pouco do gás muito rapidamente, criando uma explosão. Esta explosão iria impulsionar o gás para a frente como um estilingue e criar a formação de bala que vemos.

O outro cenário exige um buraco negro de rápido movimento. Nesta situação, o buraco negro vêm como uma bola de demolição, puxando o gás ao longo do tempo. A equipe estima que, neste último caso, o buraco negro deve ter uma massa de pelo menos 36 vezes a massa do Sol. No caso estático, precisaria de 3,5 vezes massas solares.

Embora as explicações sejam convincentes, a equipe não conseguiu distinguir entre os dois cenários com seu conjunto de dados atuais. Modelos teóricos sugerem entre 100 milhões e 1 bilhão de buracos negros na Via Láctea, mas até agora só encontramos cerca de 60 deles. Esta poderia ser uma nova maneira de encontrar mais buracos negros. [IFLS]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.