Exoplanetas

Astrônomos descobrem 18 exoplanetas semelhantes a Terra

Cientistas liderados por Guillermo Torres da Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics reanalisaram alguns dados do telescópio espacial Kepler para confirmar se alguns dos seus planetas candidatos realmente existiam. Estes são conhecidos como objetos de interesse do Kepler (KOIs).

O mais importante de tudo é que a maioria dos planetas não são apenas de tamanho semelhante à Terra, mas também a orbita na zona habitável da sua estrela, onde a água líquida poderia existir.

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“Estes não são os primeiros planetas pequenos na zona habitável, mas são importantes porque aumentam a amostra de tais objetos, o que é importante para estudos estatísticos que visam nos dizer o quão comuns esses planetas são no Universo”, disse Torres.

Dos 18 planetas, 15 têm um nível de confiança de 99,73% que realmente existem. Os outros são ligeiramente inferiores. Quase todos eles orbitam as estrelas anãs tipo M, ou anãs vermelhas, então não são exatamente a mesma coisa que nós. Os planetas variam em tamanho de 0,8 vezes o raio da Terra para 2,76, e tem órbitas que vão de 18 dias da Terra a quase dois anos.

Cinco dos planetas definitivamente orbitam na zona habitável de sua estrela, dois têm uma probabilidade maior que 97% de serem semelhantes em tamanho à Terra. Estes são o KOI-2626.01 e KOI-4036.01. Outro, chamado KOI-2418.01, é definitivamente semelhante em tamanho com a Terra, e provavelmente possui órbitas na zona habitável da sua estrela.

Kepler encontra planetas observando o ofuscamento na luz enquanto passam na frente de sua estrela, técnica conhecida como trânsito. Três ofuscamentos e você pode confirmar que o planeta existe.

Para planetas com órbitas mais longas, no entanto, isso pode ser um pouco complicado. Isso ocorre porque Kepler só olhou para uma parte do céu por quatro anos antes de passar para a missão K2. Encontrar planetas em órbitas parecidas com a Terra é, portanto, bastante difícil.

“A missão atualmente em operação visa encontrar pequenos planetas orbitando estrelas brilhantes semelhantes ao nosso Sol, mas apenas as olha por 85 dias – muito longe dos muitos anos necessários para que os verdadeiros irmãos da Terra sejam encontrados”, disse Steve da NASA.

É aí que esta última pesquisa entra. Os cientistas usaram um método chamado BLENDER. Isso envolve a análise da informação contida na curva de luz de trânsito inicial do planeta. Fazer isso significa que os falsos positivos, como uma estrela passageira, podem ser descartados.

Muitos dos candidatos já foram validados por outros métodos. No entanto, esses métodos não levaram em conta a possibilidade de que esses planetas orbitassem uma estrela diferente na mesma linha de visão. Se fosse o caso, esses planetas aparentemente rochosos seriam realmente muito maiores. [IFLS]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.