Você pode estar sentado, em pé ou deitado: seu corpo estará se movendo a 107 mil km/h ao redor do Sol – essa é a velocidade translação do nosso planeta. Ao percorrer toda sua órbita ao redor da estrela, a Terra passa por pontos onde outros corpos celestes – cometas ou asteroides – passam em outras determinadas épocas. Os cometas, em especial, quando se aproximam do Sol, aquecem e liberam uma nuvem de detritos que fica à deriva. O planeta então passa por essa nuvem e os detritos acabam sendo atraídos para pela gravidade.

Desenho da órbita de um cometa e como ele vai deixando seu rastro no espaço. (Créditos: Reprodução)
Dessa forma, ocorre as famosas estrelas cadentes, que são, portanto, minúsculos pedaços de material rochoso entrando em nossa atmosfera a velocidades de até 100 mil km/h. O famoso cometa Halley deixa seu rastro detritos no sistema solar interno a cada 75 anos, quando se aproxima do Sol. E entre os dias 04/10 e 14/11, com seu ápice no dia 21 de outubro, a Terra passa por detritos deixados pelo cometa e acontece a chuva de meteoros Orionídeas.
O radiante, o ponto no céu de onde os meteoros parecem sair, é referência ao nome do fenômeno: a Constelação de Órion. No Brasil, algumas pessoas costumam chamar de “As Três Marias”, e, por ser muito popular, sua localização no céu é praticamente imediata e dispensa qualquer dificuldade que as pessoas geralmente relatam na hora de localizar.

Constelação de Órion. (Créditos: Stellarium)
Órion nasce na direção Leste – a mesma direção que o Sol nasce – por volta das 22h30min (horário de Brasília). A chuva das Orionídeas pode proporcionar até 23 meteoros por hora, uma taxa que pode tender a ser muito menor ou muito maior.
Ao contrário de outros fenômenos astronômicos, usar um binóculo ou telescópio para ver chuvas de meteoros não é necessário. O campo de visão fechado desses equipamentos não permitirá seus olhos de verem uma boa porção do céu, o que é crucial para ver meteoros. A única coisa que é essencial é ter um céu minimamente estrelado e uma área suficiente para olhar na direção da constelação. Boas observações!
Divulgador científico há pelo menos 6 anos, dedica seu tempo a tornar a astronomia mais popular entre o público leigo, constantemente traduzindo, escrevendo e adaptando matérias com abordagem didática para o projeto Mistérios do Espaço. É natural da cidade de Conceição do Coité e está graduando em Comunicação Social, pela Universidade do Estado da Bahia.