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Vulcão em Marte entrou em erupção por 2 bilhões de anos

Assim como em nosso planeta, Marte hospeda muitos vulcões, sendo o lar do maior do Sistema Solar, o Monte Olympus. Os pesquisadores acabam de encontrar provas de que, além de serem gigantes, os vulcões marcianos diferem dos que estão na Terra, no enorme período de tempo em que entram em erupção.

Um meteorito – chamado NWA 763 – foi encontrado na Argélia em 2012, pequeno o suficiente para caber na palma da sua mão e pesava apenas 0,2 quilogramas. Embora pequeno, ele revelou alguns mistérios intrigantes sobre vulcões marcianos. A análise da rocha levou cientistas a datá-lo em cerca de 2,4 bilhões de anos de idade.

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Monte Olympus.

Isso foi surpreendente, porque dos 100 meteoritos identificados como provenientes de Marte, cerca de 10 outros estão no mesmo grupo que o NWA 7635, e os cientistas dataram todos eles em cerca de 500 milhões de anos de idade.

“Nós nunca vimos nada assim na Terra”, disse Marc Caffee, professor de física e astronomia na Universidade de Purdue e membro da equipe de pesquisa.

O grupo de 11 meteoritos, incluindo o NWA 7635, foram todos expostos a raios cósmicos por cerca de 1,1 milhões de anos. Mas a diferença de idade entre os outros 10 e NWA 7635 significa que houve um período de pelo menos 2 bilhões de anos em que um vulcão estava em erupção.

Os pesquisadores não estão certos se os meteoritos vieram do Olympus ou outro vulcão, mas é um bom candidato. O monte têm incríveis 27 quilômetros de altura. Os vulcões podem ser tão grandes em Marte porque não há placas tectônicas como na Terra.

Agora os cientistas vão esperar para que mais meteoritos como esse venham até a Terra. O problema é que pode demorar mais de mil anos para os fragmentos marcianos colidirem com o nosso planeta. Em outras palavras, esses pequenos meteoritos estão viajando há muito tempo para chegar aqui – e eles guardam uma visão fascinante sobre o nosso sistema solar. [ScienceAlert]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.