Buracos negros em sua forma estelar ou supermassiva são objetos extremos que devem causar admiração em todos nós. Mas devemos temê-los? Nosso planeta está em risco de ser devorado por um buraco negro? Pelo o que sabemos, não há nada para se preocupar. Ainda assim, talvez algum tanto de ciência nos ajude a acalmar essa preocupação.
Sim, há um grande buraco negro supermassivo no centro da nossa galáxia, mas não está sugando tudo na Via Láctea. Na verdade, existem muitas estrelas em órbita, e elas sobreviveram por bilhões de anos. Somente quando um buraco negro supermassivo começa a se alimentar é que há problemas – e você nem precisa estar perto dele. Um buraco negro como esse pode afetar toda a sua galáxia e além dela.
Se as estrelas ou o gás chegarem realmente perto de um buraco negro supermassivo, a gravidade intensa irá esmagá-los e transformá-los em plasma quente, que será lentamente absorvido pelo objeto gigantesco. Os processos que ocorrem ao redor de um buraco negro podem produzir jatos de partículas de alta energia que se expandem para além da galáxia, aquecendo o gás em dezenas de milhões de graus. Eles também podem gerar ventos em toda a galáxia que aquecem o material interestelar, impedindo a formação de estrelas e fazendo uma inundação nos planetas com raios cósmicos. Portanto, é mais provável que um planeta seja frito do que amassado.
A questão desses objetos é que eles são proverbialmente negros e não podemos vê-los. A melhor maneira de identificá-los é esperar que um deles comece a se alimentar e a acender. Com base nessas observações, sabemos que o Sagitário A (nosso buraco negro) não é o único na galáxia. De acordo com simulações e modelos, parece que talvez nem seja o único buraco negro supermassivo na Via Láctea. E quando se trata de buracos negros menores, o número estimado é muito, muito maior. Pode haver milhões de buracos negros de tamanho estelar ao nosso redor, e o centro provavelmente está cheio deles.
Com base nessas estimativas, podemos calcular que deveria haver um buraco negro a cada 125 anos-luz em média. Isso significa que pode haver um objeto quieto que esteja apenas relativamente próximo e que não estamos sabendo. Então, devemos estar preocupados?
Depende. É muito improvável que algum buraco esteja tão perto de nós que represente uma ameaça. Mas se você gosta de saber onde estão todos os potenciais perigos celestes, então você deve estar bastante preocupado. Um buraco negro 10 vezes a massa do Sol teria menos de 30 quilômetros de diâmetro. Procurar por um objeto desse tipo, mesmo a poucos anos-luz de distância, seria como procurar um gato preto em um quarto escuro à noite, durante um blecaute. E o gato pode não estar lá.
Se houvesse um buraco negro próximo, poderíamos ver efeitos gravitacionais. Podemos ver posições e movimentos de estrelas mudando de uma forma que só pode ser causada por um buraco negro. E no futuro, poderíamos detectá-los com observatórios de ondas gravitacionais mais sensíveis, ou até mesmo é possível que pudéssemos ver uma mudança nas órbitas dos cometas se passasse perto do Sistema Solar.
Se detectarmos um buraco negro e ele estiver em rota de colisão com o Sistema Solar, bem, há pouco que possamos fazer. Precisamos apenas torcer para que ele não esteja vindo rápido demais. Ele nem precisa nos atingir – um chute gravitacional de um buraco negro que passaria causaria estragos no Sistema Solar.
Você pode dormir tranquilamente sabendo que os buracos negros não estão prontos para nos pegar. E mesmo que eles estejam, há pouco que podemos fazer, então não faz sentido perder o sono por isso. [IFLS]