
O rover Curiosity, da NASA, encontrou a nova evidência que Marte teve lagos em sua superfície, na forma de rachaduras na lama, causadas por um lago evaporado.
O rover fez a descoberta em uma região nomeada “Old Soaker” em dezembro de 2016, nas regiões mais baixas do Monte Sharp. Se confirmado, estas seriam as primeiras fissuras de lama (ou fissuras de dessecação), encontradas pelo rover.
“Mesmo de longe, poderíamos ver um padrão de polígonos de quatro e cinco lados (medindo de 1 a 2 centímetros de diâmetro) que não se parecem com as que vimos anteriormente.“, disse Nathan Stein, em um comunicado. “Parece que o que você veria ao lado da estrada onde o terreno enlameado secou e quebrou.”
Esta não é a primeira evidência que o rover Curiosity encontrou de água líquida antiga. O rover já encontrou o que parece ser um antigo córrego, com rochas suavizadas que parecem ter sido arredondadas pela água. Camadas de rocha na parte inferior do Monte Sharp também indicam um acúmulo de lagos antigos há bilhões de anos.
“Os lagos antigos variaram em profundidade e extensão ao longo do tempo, e às vezes desapareceram. Estamos vendo mais evidências de intervalos secos entre o que tinha sido principalmente um registro de lagos de longa duração.“, disse Ashwin Vasavada, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, na Califórnia.


Nas imagens, as fissuras parecem ser sulcos elevados acima do solo. A razão para isso é que provavelmente foram formadas há 3 bilhões de anos, antes de serem enterradas por camadas de sedimentos. Como o vento erodiu essas camadas, o material nas rachaduras resistiu à erosão e foi deixado sobressair do chão. O material entre as rachaduras era provavelmente uma mistura de poeira e areia arrastadas pelo vento, e minerais trazidos pela água subterrânea, como sulfato de cálcio.
A extensão da quantidade de água que Marte tinha ainda está em debate. Alguns pensam que o planeta já foi coberto por um vasto oceano, com mais água do que o Oceano Ártico. [IFLS].