Astrofísica

Novas simulações sugerem que a energia escura não existe

Desde o final da década de 1990, os físicos têm certeza de que o Universo não está ficando cada vez maior, mas também parece estar se expandindo a um ritmo cada vez maior.

Uma força misteriosa chamada energia escura é atualmente a ideia mais concreta para ser a responsável por este crescimento acelerado, mas um novo estudo levanta a possibilidade de que o que parece ser um tipo de energia poderia ser uma ilusão causada pela estrutura em mudança do Universo.

Físicos da Universidade Loránd, na Hungria e do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí estão agora questionando se alguns pontos nas equações de Einstein introduziram “efeitos colaterais graves” que deram a ilusão de uma força vasta e desconhecida empurrando o espaço.

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Se existir, a energia escura representaria cerca de 68% da energia no Universo Observável. Além da questão da aceleração, a energia escura também ajuda a explicar as coisas como a forma geral do Universo e os padrões de matéria que vemos ondulando pelo espaço.

Mas o ponto agora é, o Universo é pouco mais do que uma caixa vazia sem quaisquer outras propriedades para descrever a natureza de sua existência?!

Embora a teoria geral da relatividade de Einstein fosse responsável por estabelecer grande parte do trabalho de base para esse modelo, a matemática nem sempre é tão fácil de se aplicar, levando os físicos a esmagar partes dela usando suposições educadas.

Mas, neste último estudo, os pesquisadores argumentam que essas aproximações ignoraram influências potencialmente significativas de estruturas de grande escala dentro do Universo.

“As equações de Einstein da relatividade geral que descrevem a expansão do Universo são tão complexas matematicamente que durante cem anos não foram encontradas soluções responsáveis pelo efeito das estruturas cósmicas”, disse László Dobos, da Universidade Eötvös Loránd.

“Nossos resultados baseiam-se em uma conjectura matemática que permite a expansão diferencial do espaço, coerente com a relatividade geral, e eles mostram como a formação de estruturas complexas da matéria afeta a expansão”, concluiu Dobos.

Se isso for confirmado, teremos um ponto de interrogação sobre o que 68% do Universo é feito. Não há dúvida de que a energia escura é uma “porca” resistente nisso tudo, por isso precisamos pensar um pouco além – se não fora de todo o Universo – para encontrar uma solução. [ScienceAlert]

 

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.