Não importa quantas imagens vejamos do nosso Sistema Solar, nunca nos cansamos de olhar para o espaço, e as últimas imagens de Júpiter são suficientes para maravilhar até mesmo os mais experientes observadores cósmicos.
O que você está vendo na foto acima é uma nova imagem em ondas de rádio feita com o Atacama Large Millimeter Array (ALMA), fornecendo um raro vislumbre do que está acontecendo sob as nuvens de amônia colorida e turbulenta que estamos mais familiarizados em ver quando Júpiter é fotografado.
As ondas de rádio nos permitem observar as condições atmosféricas após uma das tempestades de Júpiter a cerca de 50 quilômetros abaixo da atmosfera. As imagens não são apenas impressionantes, mas os dados fornecem informações valiosas sobre como os sistemas climáticos de Júpiter evoluem – e sugerem que as tempestades estão afetando as camadas coloridas na parte superior do gigante gasoso.
“Pela primeira vez, fomos capazes de estudar a atmosfera abaixo das camadas de nuvens de amônia depois de uma erupção energética em Júpiter”, disse Imke de Pater, da Universidade da Califórnia. Essas erupções energéticas são similares às tempestades na Terra, e geralmente envolvem relâmpagos – elas aparecem como plumas pequenas e brilhantes na camada visível de nuvens de Júpiter, mas aqui os pesquisadores conseguiram espiar mais fundo.
As imagens de ondas de rádio obtidas pelo ALMA e outros telescópios mostram altas concentrações de gás de amônia, e as observações correspondem a uma hipótese atual sobre como as plumas brancas se formam – que elas são desencadeadas por correntes de convecção úmidas na base das nuvens de água mais profundas dentro da atmosfera de Júpiter.
Parece que essas erupções são suficientes para empurrar o gás de amônia para cima da nuvem principal até a tropopausa – a parte mais fria da atmosfera – onde elas se espalham como nuvens com trovões, assim como aqui na Terra, causando plumas brancas visíveis enquanto congelam.
Os pesquisadores acompanharam essas imagens depois que o astrônomo amador australiano Phil Miles notou uma pluma disruptiva no cinturão de nuvens visíveis de Júpiter. Eles combinaram imagens de ondas de rádio do ALMA com fotos capturadas pelo telescópio Hubble, todas do mesmo período de tempo.
É um bom exemplo da comunidade de astronomia amadora e cientistas de múltiplos observatórios e agências trabalhando juntos para reunir algo realmente especial – outro belo (e muito útil) olhar para o maior planeta do nosso Sistema Solar. [ScienceAlert]